"Também as árvores são portadoras de presságios quando uma pessoa a elas se liga com um sentimento forte.
Madame Garreau-Domblaste, avó da actriz Arielle Domblaste, tinha plantado um eucalipto para a sua filha Irene, então muito criança.
Este arbusto - disse-lhe ela - é teu, será como um irmão para ti. Será preciso cuidar dele e rodeá-lo de amor.
Passaram-se anos: o arbusto tornou-se árvore, Irene fez um belo casamento, viajou, interessou-se por quanto embeleza a vida, lançou ao mundo uma encantadora pequenita... e adoeceu gravemente.
Quando estava no final da vida, muitas vezes pediu notícias do seu gémeo vegetal; tinha a intuição de que os seus destinos estavam ligados.
- Mamã, como vai o meu eucalipto?
- Bem, muito bem, está soberbo! Não te preocupes.
Estava soberbo, com efeito, mas na noite em que Irene deixou a Terra, quebrou-se de repente.
Havia outros eucaliptos naquele jardim da Provença; esses ficaram incólumes."
A premonição e o nosso destino
Jean Prieur
A 19 de Julho de 1985, em Trouville, acabo de ligar o meu aparelho de televisão para ouvir o noticiário da hora de almoço. Estou sentado e começo a almoçar, contemplando semre o panorama que se estende desde o Havre até às praias de desembarque, De súbito, uma tampa metálica, redonda, pousada em cima da televisão, voa, emitindo uma espécie de silvo, e vem aterrar verticalmente entre os meus pés. Para realizar esta proeza, transpôs cerca de dois metros.
Nem sempre entendi o sentido desta levitação, mas já notei que a 19 de Julho, aniversário do nascimento de minha mãe, se dão quase sempre fenómenos estranhos e simpáticos."
A premonição e o nosso destino
Jean Prieur
"Em todo o sul de Inglaterra, o inverno de 1854-1855, foi o mais frio de que há memória. Durante a noite de 9 de Fevereiro verificou-se uma forte geada que cobriu com 5 cm de neve o condado do Devon. O rio Exe gelou, prendendo no gelo as aves incautas que sobre ele haviam pousado.
Quando a manhã raiou, a neve era um manto branco, liso e regular, onde se notavam apenas as marcas de aves e outros animais e, ao longo de cerca de 160 km, um rasto de misteriosas pegadas, que ziguezagueavam através de 5 paróquias, atravessando jardins, passando sobre telhados, medas de feno e muros e entrando e saindo de celeiros.
Tinham cerca de 10 cm de comprimento e 7 de largura, eram distanciadas entre si cerca de 20 cm e pareciam ter sido feitas por um animal com cascos fendidos, deslocando-se erecto sobre duas pernas.
Os camponeses da área não duvidaram sequer de que as pegadas pertenciam ao diabo.
As misteriosas pegadas começavam a meio de um jardim na paróquia de Totnes e terminavam, tão misteriosamente como haviam começado, num campo de Littleham. Numa das aldeias, as pegadas conduziam a um telheiro e saíam do lado oposto. Quem quer que as tivesse feito atravessara um orifício com cerca de 14,5 cm de diâmetro.
Noutra aldeia, a estranha criatura parecia ter rastejado ao longo de um tubo de escoamento de águas, de ambos os lados do qual deixara marcas.
Em alguns locais as marcas pareciam ter sido feitas por cascos incandescentes na neve gelada ou, como em Woodbury, junto à porta da igreja, por um ferro em brasa.
Centenas de pessoas viram as pegadas. As redacções dos jornais receberam um número imenso de cartas sugerindo diversas interpretações para as mesmas.
Nas proximidades da aldeia de Dawlish, o rasto conduzia a um matagal denso, com fetos. Conta-se que os cães que foram conduzidos à mata, para inspeccionar, recuaram, uivando lugubremente.
O naturalista Sir Richard Owen, numa carta dirigida ao Illustrated London News, sugeriu que as pegadas pertenceriam a um texugo, que coloca as suas patas traseiras nas marcas deixadas pelas dianteiras. Embora hiberne, este animal arrisca-se por vezes a sair em busca de alimentos.
Identificou-se ainda o estranho ser como sendo uma raposa, uma lontra, grous, gatos selvagens, um burro ou um pónei com um casco partido. Um naturalista amador chegou a sugerir que as pegadas se assemelhavam às de um canguru e que o animal poderia ter escapado de um jardim zoológico e depois regressado à jaula sem que a sua ausência tivesse sido notada. As pegadas foram ainda atribuídas a ratos, coelhos, esquilos e sapos.
O Rev.º Henry Fudsen, pastor de uma paróquia, proferiu um sermão em que declarou que as pegadas eram as marcas de vários gatos.
Um grupo de aldeãos, considerando a hipótese da existência de um animal selvagem à solta, organizou uma batida, armado de forquilhas e mocas, mas sem alcançar qualquer êxito.
Mas os habitantes da região não ficaram convencidos. Muitos recusaram-se a sair depois do pôr do sol, e as crianças ocultavam-se em armários e locais esconsos, aterrorizadas pela história que circulava e que ouviam contar em torno da lareira: que o diabo passara pelo Devon naquela noite de inverno."
O Grande Livro do Maravilhoso e do Fantástico
Selecções do Reader's Digest
"Na família Nantais, passado o período em que os defuntos são ornamentados com todas as virtudes, começou-se a dizer mal da defunta avó Amélie.
«Ah, que pobre ingénua, acreditava em sonhos, em fantasmas, em intervenções do Além! 'Papava' tudo: escrita automática, a valsa das mesas, as casas assombradas. Não é dizer mal dela, mas na verdade era muito estúpida!»
Foi então que um espelho rachou. Os que troçavam, falaram das vibrações provocadas pelos camiões que passavam pela rua estreita e continuaram a dizer mal da Vovó Nantais.
Na vez seguinte, foi uma jarra de cristal que se dividiu em duas metades simétricas.
- Felizmente, estava vazia - disse um dos netos. - De qualquer maneira, já devia estar rachado.
- Rachado como a tia Amélie - disse um sobrinho.
Atrás dele, o vidro de um armário estilhaçou-se.
- Se ela estivesse aqui, veria nisto um sinal - continuou ele, imperturbável.
- De qualquer modo, é curioso - disse uma prima, que não se sentia muito à vontade. - É sempre quando se fala dela que estas coisas acontecem.
- Pura coincidência! - decretou o neto.
A quarta vez foi a última. Durante uma refeição da família, recordava-se o espelho rachado, a jarra quebrada, o vidro estilhaçado, todas aquelas manifestações que surgiam sempre que se denegria a avó Amélie.
Alguns estavam abalados e começavam a acreditar no descontentamento da desaparecida.
- Qual história! - exclamou o sobrinho. - A Vovó, ou o que dela resta, está no fundo da cova e de lá não pode sair. Todos os mortos estão bem mortos, a começar por ela.
Nisto, o grande espelho pendurado em cima da lareira estilhaçou-se em toda a superfície e caiu com estrondo em mil pedaços.
Tratava-se de um aviso no sentido material do termo."
A premonição e o nosso destino
Jean Prieur
Ponto 1 - A velhota é uma cusca que morre mas tem de continuar a chatear os outros
Ponto 2 - Aquela família não tem mais o que fazer do que dizer mal da velha
Ponto 3 - Quando morrer outro familiar, só por via das dúvidas, é melhor aquela família espetar-lhe uma estaca no coração, dar-lhe um tiro com uma bala de prata, encher-lhe a boca com alho, deitar-lhe sal em cima, decapitá-lo, incendiar o corpo e enterrar a cabeça junto a resíduos radioactivos. Pode ser que fique bem morto e não volte para chatear.
Pois é, hoje resolvi homenagear o Halloween. Para contrariar a crise, e porque nem sempre sou uma cabra materialista, ofereço-vos uma trilogia, porque o público dedicado merece (e o que não é dedicado, também não perde nada).
Aproveito para agradecer a uma amiga, que me emprestou o livro a partir do qual escrevo os posts para esta noite das bruxas. Pelo seu gesto, vou chamá-la de Boneca Generosa. Obrigada!
"Durante a Semana Santa, não mudar de calça, dormindo com a mesma, desde Domingo de Ramos até Sábado de Aleluia. No Sábado de Aleluia, antes do sol nascer, tirar a calça, urinar nela, escondendo-a debaixo do colchão. No dia seguinte, Domingo da Ressureição, ir à primeira missa, vestindo essa calça. Na noite de domingo, antes de deitar-se fazer um embrulho composto da calça, 3 moedas de um valor qualquer, contando que chegue a um cruzeiro, com uma estrela do mar e pedra. Isso tudo coserá dentro de um pequeno saco em lugar que ninguém veja. Numa noite de lua nova, atirá-la ao mar, pensando no rapaz com quem quer casar dizendo:
Fulano, tu ficas amarrado,
E nestas águas do mar molhado.
Até comigo estares casado.
Se não houver resultado no correr do ano, renovar a mágica com o mesmo ou outro qualquer rapaz rico".
Antigo Livro de São Cipriano - O gigante e verdadeiro capa de aço
N. A. Molina
Agora um pequeno apontamento: Mais vale ficar pobre do que andar a fazer esta badalhoquice porque, a bem da verdade, não me admirava que alguém acabasse por casar com quem fizesse isto só para que o mau cheiro não se repetisse todos os anos.
"Numa madrugada de quinta para sexta-feira, entre 3 e 4 horas, cortar o tronco de uma palmeira, muito nova, com um metro de altura no máximo. Tirar o miolo do tronco, levando-o para casa, tendo o cuidado de não quebrar e guardando-o em lugar seguro.
Noutra madrugada, quando for maré cheia, ir a uma praia e mergulhar o miolo na água do mar, três vezes, até ficar bem molhado. Voltar com ele para casa. Cortar um pedaço e cozinhar até ferver. Deixar o líquido esfriar, guardar dentro de uma garrafa bem tampada e de vez em quando beber um cálice. Cortar um pedaço que seja bem pequeno, coser dentro de um saquinho de lã de qualquer cor, trazendo-o pendurado ao pescoço. Cortar outro pedaço conservando-o debaixo do colchão. O pedaço que resta deve ser guardado para ser cozido, quando terminar a garrafa."
Antigo Livro de São Cipriano - O Gigante e Verdadeiro Capa de Aço
N. A. Molina
Agora é que vai ser ver palmeirinhas a serem abatidas, coitadinhas... E depois homens a andarem com saquinhos de miolo de palmeira ao pescoço. E o lucro que um comerciante esperto podia fazer com isto: "compre já a sua garrafa de miolo de palmeira, a bebida que mata palmeiras mas nunca o deixa murchar"!
"Manda-se fazer uma figa de azeviche, recomendando essencialmente que a façam com uma faca nova e de aço fino.
Lava-se em seguida a figa ao mar, suspensa de uma fita de Santa Luzia, e passa-se com ela três vezes pelas espumas das ondas.
Enquanto assim se está procedendo, reza-se três vezes o Credo, muito baixinho, quase imperceptivelmente, e oferece-se a Santa Luzia uma vela de quarta.
O jogador deverá trazê-la ao pescoço, quando jogar, tendo porém o cuidado de não se deixar cegar pela ambição, nem tampouco arrastar-se pela cobiça, para tirar desta receita resultado satisfatório."
Antigo Livro de são Cipriano - O Gigante e Verdadeiro Capa de Aço
N. A. Molina
Pois, quando jogarem no Euromilhões, tenham como objectivo acertar apenas em 2 número e uma estrela (duas estrelas no máximo), senão já estão a ser ambiciosos e nada feito.
Ao que parece, em França, uma empresa decidiu fazer um boneco vudu do Sarkozy, o que está a dar alguma polémica porque ele ameaça processar a empresa. Deve estar a sentir umas pontadas e como é supersticioso, anda desconfiado de que a culpa é dos bonecos.
Sim, qualquer dor física (sem contar o peso na consciência) que o Sarkozy possa ter de hoje em diante vai ser, para mim, algo sobrenatural e potencialmente atribuível aos bonecos.
Eu, como boneca tenebrosa que sou, estou solidária com os bonecos vudu e aguardo ansiosamente a sua chegada a Portugal. Já estou a imaginar uma sessão do Parlamento cheia de "ais" e "uis".
O sonho da senhora Anderson, francesa casada com um sueco, ilustra curiosamente a lenda escandinava. Ela sonha que caminha por uma estrada deserta na companhia de sua filha Chantal, uma encantadora jovem que começa a fazer carreira no cinema.
Uma carroça passa por elas, percorre ainda uns metros e pára, rangendo. Reconhecem pessoas de família, todas já falecidas. O cocheiro, de roupas pretas, grande chapéu escondendo um rosto lívido, faz sinal a Chantal para subir. A senhora Anderson, que compreendeu o sentido do convite, quer ocupar o seu lugar. O cocheiro empurra-a e diz em tom peremptório: - Tu não! Ela!
Chantal obedeceu e foi sentar-se entre os defuntos, que lhe sorriem e se apertam para lhe darem lugar. A carroça afasta-se com um novo rangido. A senhora Anderson vê-se sozinha na estrada, mais do que nunca deserta, tão deserta quanto os dias que lhe restam para viver.
Acorda a chorar.
Nesse ano, por razões que sempre se mantiveram misteriosas, Chantal suicidou-se."
A premonição e o nosso destino
Jean Prieur
Eu viajo com alguma regularidade nos comboios alfa-pendular e uma coisa que tenho reparado é que, quando o comboio não leva muita gente, ele tem uma "falha técnica" no Porto, que obriga os passageiros a mudarem para outro comboio onde, inexplicavelmente, conseguem manter os lugares que já tinham no anterior.
Parece-me que das duas uma: ou há aqui um fenómeno sobrenatural que faz com que a falha técnica surja sempre quando o comboio está a 15 minutos da estação do Porto, sempre quando quando vai com poucos passageiros e sem que nunca haja sobreposição de lugares ou, em alternativa, há uma certa sacanice da CP que, sabendo que o comboio leva poucos passageiros e tentando evitar prejuízos, inventa a desculpa de uma falha técnica para juntar mais passageiros num só comboio e consegue ainda ficar com o dinheiro que alguns passageiros pagaram para fazer uma viagem directa, apesar de na prática terem de mudar de comboio.
Oh dúvida cruel! Qual das hipóteses será a correcta? Não quero ser mázinha mas tenho a impressão que é a segunda. O que mais irrita é que qualquer pessoa que faça a viagem com regularidade apercebe-se do padrão e percebe que além de tudo são mentirosos!
Pronto, esta 6.ª sobrenatural serviu também como desabafo. É claro que também podemos tentar encontrar um fenómeno sobrenatural na linha do Tua, mas a verdade é que qualquer pessoa que já tenha visto aquela linha (nem que seja no noticiário) deixa logo de estranhar quando acontece lá um acidente. Aliás, o que é estranho é que não aconteçam mais.
"O senhor Dejoux vê em sonhos um homem armado com um punhal inclinado para o seu amigo Arnaud. Este está caído e não se defende. Estaria já morto? O senhor Dejoux distingue nitidamente a cara do assassino que, facto curioso, nada tem de odioso nem de assustador.
Ao acordar, telefona ao amigo para saber novidades. São excelentes. Que há-de fazer? Contar-lhe? Mas isso vai inquietá-lo inutilmente. E depois que importância se pode dar a fantasmagorias da imaginação nocturna? Decide, assim, calar-se e por tal acaba por se felicitar, pois nada de sinistro acontece.
Passam meses... e eis que Arnaud tem de entrar numa clínica, para uma operação ao coração. O senhor Dejoux vai vê-lo e tem todo o cuidado em não lhe falar do sonho.
Arnaud apresenta-os:
- O meu amigo Dejoux... o doutor M., o cirurgião que me operou e me salvou.
O que o senhor Dejoux tomara por um punhal era na realidade um bisturi."
A Premonição e o Nosso Destino
Jean Prieur
Ao olhar para a porta aberta de uma cabina ao lado da sua, o comandante de um navio que em 1828 cruzava o Atlântico, em direcção à Terra Nova, entreviu, por entre a obscuridade, um homem que nunca vira antes.
Não pertencia à tripulação e naquela viagem não seguia nenhum passageiro. Convencido de que encontrara um clandestino, o comandante precipitou-se para a cabina, mas nesse preciso instante a figura desapareceu misteriosamente.
Tudo quanto restava era uma mensagem rabiscada na parede da cabina: «rume para noroeste».
O comandante, desconcertado embora, ficou tão impressionado com a mensagem que alterou o curso de acordo com as instruções recebidas.
Após algumas horas, o seu navio encontrou um outro em risco de se afundar. O único tripulante a bordo era o homem que o comandante vira na cabina do seu próprio navio, que, segundo afirmou, acabara de despertar de um sono profundo, durante o qual sonhara que ia ser salvo."
O Grande Livro do Maravilhoso e do Fantástico
Selecções do Reader's Digest
Moral da história: se estiverem em risco de vida, durmam. Não há nada que o sono repousante não cure.
"Quando, em 1321, Dante Alighieri morreu, não foi possível encontrar partes do manuscrito da sua obra prima, A Divina Comédia. Durante meses, os seus filhos, Jacopo e Piero, revistaram a casa e todos os papéis do pai.
Tinham desistido da busca quando Jacopo sonhou que vira o seu pai vestido de branco e inundado de uma luz etérea. Perguntou à visão se o poema fora completado. Dante acenou afirmativamente e mostrou a Jacopo um local secreto no seu antigo quarto.
Tendo como testemunha um advogado amigo de Dante, Jacopo dirigiu-se ao local indicado no sonho. Por detrás de um pequeno cortinado fixado na parede encontraram um postigo.
No interior do esconderijo havia alguns papéis cobertos de bolor. Retiraram-nos cuidadosamente, limparam-nos com uma escova e conseguiram ler as palavras de Dante. Assim se completou A Divina Comédia. Se não fosse uma visão fantasmagórica surgida num sonho, um dos maiores poemas do mundo teria provavelmente permanecido incompleto."
O Grande Livro do Maravilhoso e do Fantástico
Selecções do Reader's Digest
Assim se verificou também qual era o filho preferido do Dante e que os filhos, quando vêem os amados e falecidos pais em sonhos, limitam-se a perguntar onde estão as coisas que poderão vir a ser economicamente úteis.
Pessoal, lamento muito mas hoje não vai haver 6.ª sobrenatural. Não tive tempo para escolher uma história à vossa altura. Vou ver se na próxima semana já tenho alguma história digna do meu adorado público.
"Na altura em que o investigador de fantasmas Harry Price concluiu o seu trabalho no Vicariato de Borley, chamou-lhe «a casa mais assombrada de Inglaterra». Os fantasmas e espectros que ali catalogou incluíam uma freira que, segundo a lenda, fora «emparedada viva» num convento, um homem decapitado, um coche e cavalos e o Rev.º Henry Bull, que construíra o sombrio edifício em 1863.
Durante a sua vida Price foi talvez o investigador de fantasmas do início do século XX mais conhecido e tecnicamente mais avançado que tentou averiguar, através de métodos práticos e tecnologia moderna, se os fantasmas eram reais. As suas «ferramentas» incluíam galochas de feltro «para andar pela casa sem ser ouvido»; fitas métricas de aço para verificar a espessura das paredes, o que lhe permitia detectar eventuais câmaras secretas; uma máquina fotográfica equipada para fotografia de interior e de exterior; uma máquina de filmar de controle à distância; equipamento para registo de impressões digitais, e um telefone portátil para comunicação instantânea com outros investigadores.
A reputação de que o Vicariato de Borley gozava de ser assombrado não excedeu os limites relativamente normais, de acordo com os padrões ingleses, até Price se interessar pelo assunto, e mesmo então os fantasmas que ele identificou eram de um carácter inteiramente comum. O que primeiro atraiu a atenção de Price, em 1929, foram as queixas dos locatários da altura, o Rev.º G. Eric Smith e sua mulher, que há algum tempo eram perturbados por mobiliário que se deslocava, chaves que caiam das fechaduras, sons de passos e uma voz feminina. Price realizou uma cuidadosa investigação durante 3 dias e afirmou não ter encontrado quaisquer explicações naturais para nenhum desses fenómenos. Declarou também que observara uma figura esbatida que podia ter sido a freira e que estabeleceu contacto com o falecido Rev.º Bull.
Um ano mais tarde, tendo os Smiths sido substituídos pelo Rev.º Lionel Algernon Foyster e sua mulher, Marianne, Price iniciou outra investigação do vicariato. Apenas os Foysters se instalaram, revelou-se o que parecia ser um poltergeist, ou fantasma barulhento. As portas fechavam-se, deixando as pessoas fora dos quartos, desapareciam artigos domésticos, partiam-se vidraças, o mobiliário deslocava-se, cheiros estranhos saturavam o ar e ecoavam estranhas vozes. Mas os incidentes mais graves pareciam afectar Mrs. Foyster, que era atirada da cama durante a noite, esbofeteada por uma mão invisível, agredida de modo a ter ficado com um olho negro e uma vez quase foi sufocada por um colchão. Começaram então a surgir em várias paredes do vicariato mensagens rabiscadas e quase indecifráveis que expressavam queixas, tais como «Marianne, por favor, ajuda-me» e «Marianne, manda rezar missas».
Dado que quase toda a actividade de poltergeist ocorria quando Mrs. Foyster se encontrava quer ausente, quer sozinha, Price inclinou-se a atribuí-la a manipulações da própria; no entanto, continuava a acreditar na possível autenticidade da freira e do Rev.º Bull. Assim, quando o vicariato mais uma vez ficou vago, Price aproveitou a oportunidade para o arrendar e transformar num laboratório destinado ao estudo do sobrenatural. Trabalhando com 48 voluntários, realizou os elaborados testes pelos quais concluiu, em The Most Haunted House in England, publicado em 1940, que Borley é o «caso mais extraordinário e bem documentado dos anais da investigação psíquica».
Embora tivesse numerosos oponentes, Harry Price era grandemente respeitado pelos seus métodos não só imaginativos como engenhosos e pela sua honestidade. E dado que passara cerca de 40 anos a investigar fenómenos psíquicos, foi enorme o escândalo que rebentou quando, após a sua morte, em 1948, a crítica começou a minar seriamente a sua reputação. O repórter de um jornal declarou ter recolhido provas de falsificação por parte de Price, e Mrs. Smith escreveu que nem ela nem o marido jamais haviam acreditado que o vicariato estava assombrado. Em 1956, três investigadores da Sociedade de Investigação Psíquica comunicaram que as entrevistas que haviam tido com as pessoas ligadas aos fenómenos ocorridos em Borley e um estudo exaustivo dos próprios apontamentos de Price tinham demonstrado que este manipulara determinados factos."
Fronteiras do Desconhecido
Selecções do Reader's Digest
Primeiro, que raio de investigação exaustiva é que dura 3 dias? Até a investigação do desaparecimento da Maddie demorou mais e mesmo assim não acho que tenha sido exaustiva...
Segundo, a história da Sr.ª Foyster fez-me lembrar aquele sketch do Gato Fedorento em que uma senhora está a queixar-se ao médico de ser vítima de violência doméstica e o médico insiste que ela teve um acidente:
- Médico: Então como foi que se magoou?
- Sr.ª Foyster: Foi o meu marido que bateu. Dá-me estalos, deixou-me o olho negro e tentou sufocar-me com o colchão.
- Médico: Ah, admita lá que bateu com a cara num móvel ou caiu da escada.
- Sr.ª Foyster: Não, foi mesmo o meu marido que me bateu.
- Médico: Deixe lá de ser mentirosa. Foi um poltergeist, não foi?
Bom, aqui fica o final da trilogia:
"Sir Ernest Wallis Budge, especialista em egiptologia e funcionário superior do Museu Britânico, numa entrevista ao Daily Express afirmou ter conhecido dois personagens, um africano e o outro hindu, que durante a conversa tinham o costume de desaparecerem, como se evaporassem no ar. Não tinha dúvidas de que continuavam presentes mas invisíveis, pois podia ouvir os seus sorrisos. Budge rejeitava a hipótese de ter sido hipnotizado, pois podia andar perfeitamente pelo espaço antes ocupado pelos seus estranhos interlocutores.
Nos nossos dias continuam ainda a chegar-nos relatos de tão estranhas proezas.
Ramana Maharshi, o homem santo das montanhas do Arunashala, na Índia, desaparecia à vontade frente a seus discípulos; transformava-se numa coluna de fogo, para depois reaparecer tranquilamente, sorrindo.
No Norte da Índia, outra personagem, Sai Baba, ainda vivo, e que muitos reputam de santo, retira objectos de outra dimensão, flores, jarras, pequenas estatuetas, como se estas se materializassem no ar.
Zhang Bao Sheng, reputado psíquico chinês de nossos dias, consegue desmaterializar, por brincadeira, um sapato ao seu interlocutor, sem ele dar por isso, e transportá-lo para qualquer local de sua escolha, através de uma ruptura dimensional.
Mais perto de nós, em França, Mário Mercier, poeta, pintor onírico e apaixonado pelo xamanismo, pelo taoísmo e pelos cultos luminosos da natureza, relata-nos a sua experiência pessoal e a de seus companheiros de jornada, com as portas do espaço mágico.
Para Mercier, a floresta - lugar mágico por excelência - possui espaços privilegiados que funcionam como portas para outras dimensões.
Essas portas podem ser formadas por disposições bastante simétricas de duas ou mais árvores, por entre as quais passa um caminho para o invisível.
Esses espaços mágicos oferecem uma diferença de espírito, de ambiência, de intensidade, a quem deles se aproxima. A certas horas da noite, a passagem por essas portas para outras dimensões exige um ritual de protecção.
A floresta, à noite, tal como a montanha, é plena de entradas ocultas, de passagens secretas, onde às vezes nos tornamos completamente invisíveis aos olhos dos outros, mesmo em período de lua cheia.
O poder de aparecer e desaparecer à vontade pode parecer-nos desconcertante, embora possa ser mais ou menos explicável à luz das modernas teorias físico-matemáticas. Algumas fontes espirituais afirmam que essa capacidade será desenvolvida por um número crescente de pessoas, num futuro não muito distante."
Artigo do jornal A Capital
1 - Aposto que anda por aí muito boa gente que adorava que algumas das pessoas com quem convive também tivessem o hábito de desaparecer.
2 - Que raio de nome é Sai Baba? Podia sair cuspo ou gafanhotos, também podiam entrar moscas, mas pronto, sai baba.
3 - Já agora, esse Sai Baba e o Zhang Sheng, no fundo, são ladrões interdimensionais. O que é que a polícia pensa fazer quanto a isto? Ah, e isto não é nada comparado com os feitos do governo que consegue fazer desaparecer o salário dos portugueses e nunca mais ninguém os vê.
4 - Façam o favor de ter juízo e não se ponham a ir para florestas a meio da noite procurar árvores que formem padrões geométricos... pelo menos, não sem fazerem o ritual de protecção!
"Jean Durant, canadiano de origem francesa, possuía o poder de desaparecer e reaparecer à vontade. Deu numerosas demonstrações públicas e, em 1936, três médicos confirmaram essa sua capacidade.
Durant deixava-se encerrar numa sala - muitas vezes algemado - lacrada e vigiada por fora. Durant simplesmente desmaterializava o seu corpo para reaparecer fisicamente fora da sala, junto dos seus vigilantes.
A demonstração que deu em Chicago foi a última. Durant desapareceu da cela lacrada onde o tinham encerrado, para nunca mais ser visto.
Durant realizava o fenómeno da passagem para outra dimensão, voluntariamente e, aparentemente, com todo o controlo. Outros, simplesmente, podem tornar-se vítimas de uma ruptura entre dimensões, desaparecendo para sempre. Do mesmo modo, podemos perfeitamente conceber a possibilidade de seres de outra dimensão saírem dela para entrarem na nossa.
Intrigante foi o caso ocorrido em Nápoles, Itália, a 7 de Fevereiro de 1958; caiu do céu um canhão, utilizado na Segunda Guerra Mundial e datado de 1942.
Quase todos os casos de desaparecimentos inexplicáveis envolvem pessoas isoladas. Mas existem relatos de desaparecimentos em grupo, como o dos 800 peregrinos muçulmanos que foram a Meca, em 1975, ou o do desaparecimento do regimento britânico de Norfolk, em Galipoli, na Turquia, em 1915".
Artigo do jornal A Capital
1 - Explicações possíveis: o canhão estava a ser transportado de avião para alguma exposição ou museu e caiu, os 800 peregrinos muçulmanos estão em Guantanamo acusados de terrorismo e o regimento fez uma deserção colectiva.
2 - Maddie, em que buraco interdimensional andas tu?
"Anualmente desaparecem no mundo centenas de milhares de pessoas, por causas conhecidas ou simplesmente prováveis. No entanto, há casos que não se enquadram nos padrões normais e que para sempre permanecem envolvidos no mistério. A história e a literatura fantástica narram muitos destes casos. Qual é o segredo dos desaparecimentos inexplicáveis?
O caso Worson, ocorrido em Inglaterra, deixou perplexos os habitantes de Warwickshire.
Worson era sapateiro de profissão e tinha, nos tempos da sua juventude, ganho fama de atleta; corria distâncias consideráveis sem se cansar. Um dia um amigo apostou que ele não aguentaria correr até Coventry, que distava 65 quilómetros do local em que se encontravam.
A aposta foi imediatamente aceite por Worson, que se pôs a correr acompanhado por mais duas pessoas. Os primeiros quilómetros foram fáceis. De repente Worson pareceu tropeçar. Gritou e desapareceu como se tivesse sido engolido por um buraco, para não mais voltar.
Outro desaparecimento misterioso - que se tornou um clássico do género - foi o de Charles Ashmore, rapaz de dezasseis anos que morava com seus pais numa quinta perto de Quincy, Illinois, EUA.
O jovem Ashmore saiu de casa num fim de tarde para ir buscar água ao poço e nunca mais apareceu. Foi procurado por seu pai e pela irmã, que viram as suas pegadas na neve. O rasto de Ashmore não tinha chegado ao poço, cuja água permanecia intocada, mantendo uma camada de gelo à superfície. Parecia que Ashmore tinha, pura e simplesmente, desaparecido no ar.
A mãe de Ashmore e alguns vizinhos relatam que, às vezes, conseguiam ouvir a voz do rapaz chamando e pedindo ajuda, mas não percebiam de onde ela vinha. Os pedidos de socorro do jovem só desapareceram completamente no Verão seguinte.
Este caso foi estudado exaustivamente por Ambrose Bierce, que veio, ele também, a desaparecer misteriosamente em 1914, quando visitava o México.
Será que a ciência é capaz de fornecer uma explicação razoável para estes fenómenos?
Alguns cientistas afirmam que no nosso mundo visível existem «lugares vazios», como se fossem buracos na estrutura dimensional, por onde seres vivos e inanimados podem passar e desaparecer, por vezes para sempre. O famoso Triângulo das Bermudas, no Pacífico, seria um desses lugares.
Estes «buracos» podem abrir-se e fechar-se, e simplesmente engolir para outra dimensão tudo o que lá estiver, afirma o físico britânico John Taylor. A existência de «espaços dimensionais mais elevados» é incontestável para a maioria dos grandes matemáticos e físicos contemporâneos.
Mesmo antes de Einstein, Karl Gauss, Johan H. Lambert, Hermann von Helmholtz, Bernard Riemann, Poincaré e Minkovski tinham pensado em espaços de quatro, cinco e mais dimensões.
Poincaré dizia: «Não quebrem a cabeça com a questão da quarta dimensão. É absolutamente impossível imaginá-la, mas mesmo assim ela existe e os seus hiperespaços são factos incontestáveis»".
Artigo do jornal A Capital
1 - Esta história dá todo um novo sentido à frase "só queria meter-me num buraco e desaparecer"
2 - Se eu fosse o meu amigo Sempenas (http://sempenas.blogs.sapo.pt) já teria feito uma comparação maldosa com a Elsa Raposo, mas deixo isso para o mestre!
Bem sei que pode parecer que estou a avacalhar com a 6.ª Sobrenatural, mas quando vi este anúncio nos classificados do Diário de Notícias, não pude evitar pensar que algo aqui é sobrenatural: ou a mensagem em si ou o seu autor.
E mais sobrenatural ainda é ele ter dado o seu nome e número de telefone, que eu apaguei por um motivo muito simples: se o gajo é Deus, como ele diz, tem mais é que estar a trabalhar em vez de andar para aí a fazer de telefonista. Depois há um sismo em Phuket e o pessoal diz "Phuket que isto nos está sempre a acontecer?" e a resposta é óbvia: porque Deus estava ocupado a atender telefones!
"No século XVIII os Wallronds, uma família abastada de plantadores, construiu um túmulo escavado na rocha em Christ Church, em Barbados, fechado com uma pedra de mármore maciça - mais uma fortaleza do que um túmulo.
O primeiro membro da família a ser nele enterrado foi Thomasina Goddard, em 1807. Um ano depois, o túmulo foi adquirido pela família Chase - também ricos plantadores possuidores de numerosos escravos -, que nele queria enterrar duas filhas, respectivamente mortas nos anos de 1808 e 1812.
Quando o túmulo foi de novo aberto em 1812 para receber o corpo do pai das jovens, as urnas de chumbo encontravam-se pousadas sobre os tampos. Não havia qualquer vestígio de arrombamento. Tão-pouco o havia em 1816, quando o túmulo foi novamente aberto para receber o corpo de um rapaz, parente dos Chases.
Mas os caixões destes tinham-se deslocado de novo e encontravam-se desordenadamente dispostos.
O de Thomas, tão pesado que haviam sido necessários 8 homens para o transportar, encontrava-se misteriosamente colocado verticalmente, encostado a uma das paredes da cripta.
Por ocasião do funeral seguinte, 8 semanas depois, toda a gente já ouvira falar dos misteriosos fenómenos que se verificavam no túmulo e uma grande multidão compareceu à cerimónia, impelida pela curiosidade. Embora este se encontrasse selado, mais uma vez os quatro caixões dos Chases se haviam deslocado.
O governador de Barbados, Lord Combermere, ocupou-se do assunto. Em 1819 assistiu pessoalmente à disposição das urnas e mandou colocar selos nas lajes que cobriam o túmulo. No ano seguinte, porém, depois de ouvir relatos de ruídos, visitou de novo o local.
Os selos continuavam intactos. Mas, como habitualmente, os caixões de chumbo encontravam-se desordenadamente dispostos. Apenas o caixão de madeira apodrecida de Thomasina Goddard permanecia pacificamente no seu canto, imóvel desde o dia da sepultura.
Não havia qualquer explicação lógica para o caso. Os escravos negros não poderiam ter removido os caixões, como retaliação, sem deixarem qualquer vestígio. Não havia sinais de inundações. E dificilmente os tremores de terra teriam sacudido um túmulo sem perturbarem outros túmulos vizinhos.
Sir Arthur Conan Doyle, criador de Sherlock Holmes, sugeriu que forças sobrenaturais moviam as urnas em sinal de protesto contra a construção das mesmas em chumbo, que impedia a rápida putrefacção dos corpos que jaziam no seu interior. Considerava ainda possível que essas forças se tivessem eventualmente intensificado pelo facto de Thomas Chase e uma das suas filhas se terem suicidado.
Qualquer que tivesse sido a explicação do fenómeno, os caixões movediços provocaram tal alarme em Barbados que o túmulo foi esvaziado de todos os seus ocupantes há 150 anos.
Actualmente ocupam-no apenas detritos que o vento faz passar através dos interstícios da porta."
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O mais sobrenatural aqui é o facto de a família Chase ter comprado o túmulo em 1808 para aí enterrar as filhas mortas em 1808 e 1812. A menos que tencionassem matar a segunda numa data específica ou soubessem concretamente o ano em que ela ia morrer, há aqui algo que não faz muito sentido.
E também a teoria do Sir Arthur é um bocado estranha. Por que raio é que os mortos haviam de querer que os seus corpos apodrecessem. Não é muito mais lógico assumir que os túmulos mudavam de lugar devido às disputas familiares ou à organização de festas post mortem?
"Os assassínios dos presidentes Abraham Lincoln e John Fitzgerald Kennedy estiveram ligados por uma espantosa série de coincidências.
Abraham Lincoln foi eleito pela primeira vez para o Congresso em 1846. O mesmo aconteceu a John Kennedy exactamente 100 anos depois. Lincoln foi eleito como 16.º presidente dos Estados Unidos no dia 6 de Novembro de 1860. Kennedy foi eleito como 35.º presidente a 8 de Novembro de 1960. Após a sua morte sucederam a ambos homens do Sul, com o nome de Johnson, respectivamente Andrew Johnson, nascido em 1808, e Lyndon Johnson, em 1908. John Wilkes Booth, o homem que matou Lincoln, nasceu em 1839, enquanto Lee Harvey Oswald, o assassino de Kennedy, nasceu em 1939. Eram ambos do Sul e foram abatidos a tiro antes de serem julgados.
Booth cometeu o seu crime num teatro e correu depois para um armazém. Oswald disparou contra Kennedy da janela de um armazém e refugiou-se num teatro.
No dia em que foi assassinado, Lincoln declarou a um guarda, William H. Crook: «Creio que há homens que me querem tirar a vida... E não tenho dúvida de que o farão. Se tem de ser feito, é impossível impedi-lo.»
E Kennedy, insuspeitamente, disse a sua mulher, Jackie, e ao seu conselheiro pessoal, Ken O'Donnell: «Se alguém quiser realmente matar o presidente dos Estados Unidos, não lhe será muito difícil. Tudo o que tem a fazer é subir um dia a um edifício alto, com uma espingarda de mira telescópica, e nada poderá evitá-lo.»
Esse «dia» foi esse mesmo dia. Kennedy foi morto duas horas e meia depois.
Lincoln e Kennedy, ambos reconhecidos defensores dos direitos civis, foram mortos a uma sexta-feira, atingidos na nuca. As mulheres acompanhavam-nos.
Lincoln foi assassinado no Teatro Ford. Kennedy num automóvel fabricado pela Ford Motor Company - modelo Lincoln.
Outra infeliz coincidência é que Lincoln tinha um secretário de nome Kennedy, que o aconselhou a não ir ao teatro de Washington nesse dia fatal... E Kennedy tinha um secretário chamado Lincoln, que o desaconselhou fortemente de ir a Dallas".
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Querem saber coincidências giras a nível político, cá mesmo em Portugal: Todos os chefes de governo, quando tomam posse, levam com um país situado na cauda da Europa, com buracos negros a nível económico (no sentido em que o dinheiro desaparece e nunca se sabe para onde ele foi), com estatísticas preocupantes a nível da educação, saúde, desemprego, acidentes na estrada, satisfação e poder de compra.
Ao longo de todas as legislaturas, surgem questões policiais, jurídicas e/ou desportivas que desviam a atenção da população relativamente a problemas mais graves, permitindo aos políticos pirar-se daqui para fora ou adoptarem políticas que não interessam a ninguém.
A questão das sucessões também é interessante. A um primeiro-ministro e presidente da república do PS, sucede sempre um do PSD e vice-versa. A distribuição de cargos também está repleta de coincidências, ou seja, as mesmas pessoas mudam de pastas e tachos, mas mantêm sempre cargos que lhes permitem receber ordenados e reformas com os quais o cidadão comum nem ousa sonhar e, a sua sucessão será assegurada por familiares e amigos que, em situação de concurso público, estarão sempre em vantagem através do célebre factor CV (de cunha valente). Acham que é sobrenatural? Não, é mesmo sacanice!
"Raras vezes são consideradas dignas de crédito as afirmações de pessoas que asseveram que os seus sonhos se tornam realidade. E mesmo quando, em 1863, o presidente Abraham Lincoln previu em sonhos a sua morte, esta visão não foi imediatamente tomada a sério pelos seus colaboradores.
Lincoln contou o seu sonho a um amigo íntimo, Ward Hill Lamon, que, nessa mesma noite, registou por escrito as palavras do presidente.
«Há cerca de dez dias deitei-me muito tarde... e em breve comecei a sonhar. Parecia haver uma quietude de morte à minha volta. Depois ouvi soluços abafados, como se houvesse muita gente a chorar. Levantei-me e desci as escadas.
Lá em baixo o silêncio era quebrado pelo mesmo soluçar impressionante, embora quem quer que chorasse permanecesse invisível. Fui de sala em sala. Não encontrava vivalma, mas continuava a ouvir chorar. Sentia-me confuso e alarmado... resolvido a descobria a causa de um estado de coisas tão misterioso e tão desconcertante.
Continuei até chegar à sala Leste, onde se me deparou uma terrível surpresa. Em torno de uma urna, na qual jazia um cadáver em traje funerário, um corpo de soldados formava guarda e apinhava-se uma multidão compacta; algumas pessoas olhavam tristemente o corpo, cujo rosto estava coberto, enquanto outras choravam comovidamente.
- Quem morreu aqui na Casa Branca? -, perguntei a um dos soldados. - O presidente - respondeu-me. - Foi morto por um assassino.»
Cinco dias após este relato, a 15 de Abril, Lincoln foi morto a tiro por John Wilkes Booth, no Teatro Ford, em Washington. O seu corpo foi levado para uma câmara ardente na sala Leste da Casa Branca."
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Observação1: Peço desculpa aos fãs da 6.ª Sobrenatural pela demora em colocar este post, mas nesta semana tenho andado assoberbada em trabalho. De qualquer modo, ainda que o dia já esteja a acabar, continua a ser 6.ª feira.
Observação2: Não admira que as paranóias dos presidentes americanos não sejam levadas muito a sério nem mesmo pelos seus colaboradores. Devem ser tantas que, ao fim de algum tempo, já ninguém acredita. Para alguns, é a ideia de que vão ser assassinados. Para outros, são as armas de destruição em massa no Iraque.
Observação3: Verdadeiramente sobrenatural é a possibilidade de os EUA virem a ter um presidente negro. Sempre gozei com a série 24 pela falta de realismo desse aspecto mas vou ter de me retractar. Não tenho nada contra, muito pelo contrário, entre o Obama e os republicanos, até lhe estendia uma passadeira vermelha. Mas mesmo assim, que é sobrenatural, é!
"No ano de 1352 a.C., no Egipto, teve lugar a morte de um faraó de apenas 18 anos, Tutankhamon. O seu corpo mumificado foi colocado num túmulo em Luxor , rodeado por espantosos tesouros. Os sumos sacerdotes teceram sortilégios para o proteger para sempre, inscrevendo um aviso nas pedras do túmulo: «A morte irá ao encontro dos que perturbarem o sono dos faraós.»
Uma expedição dirigida pelo arqueólogo Howard Carter e pelo egiptólogo Lorde Carnaveron penetrou no túmulo em 1923. Tinham ambos conhecimento da maldição que protegera tão eficientemente as jóias e relíquias do túmulo contra os ladrões. Lorde Carnaveron chegara até ao extremo de consultar um místico e vários médiuns antes de partir de Inglaterra, e todos eles o aconselharam a não abrir o túmulo.
Lorde Carnaveron morria menos de dois meses depois, com 57 anos de idade, com o rosto marcado por cicatrizes, por ter sido picado por um mosquito infectado. No momento da sua morte, que teve lugar no Hotel Continental, no Cairo, no dia 5 de Abril de 1923, a electricidade da cidade falhou. Simultaneamente, na sua casa de Inglaterra, um cão fiel começou a uivar e morreu.
Dois dias depois, quando examinavam o corpo de Tutankhamon, descobriram-lhe na face esquerda uma marca idêntica à de Lorde Carnaveron .
Contudo, tudo isto teria sido considerado uma coincidência se não se tivesse verificado uma cadeia de mortes misteriosas. O arqueólogo Arthur Mace, outro membro da expedição, entrou em coma no Hotel Continental e acabou por morrer sem que os médicos tivessem sido capazes de diagnosticar a sua doença.
George Gould , um amigo íntimo de Lorde Carnaveron , deslocou-se ao Egipto, espreitou o túmulo... e morreu dois dias depois.
O radiologista Arquibald Reid , que examinara o corpo do faraó, morreu pouco depois de se queixar de cansaço, tal como aconteceu com o secretário pessoal de Carnaveron , Richard Bethel . A lista de casualidades, tanto na expedição como nos que estavam com ela relacionados, aumentou de uma maneira alarmante. Em 1936 já cerca de 33 pessoas tinham morrido repentinamente, incluindo o meio-irmão de Carnaveron , que cometeu suicídio durante um período de loucura temporária.
Mohammed Ibrahim , director das antiguidades do Egipto, foi atropelado e morreu em 1966, logo depois do governo ter concordado em enviar os tesouros do túmulo para Paris, para uma exposição.
Em 1969, Richard Adamson era o único membro sobrevivente da expedição de 1923 Howard Carter morrera de causas naturais em 1939). Continuava a dizer que a maldição não passava de conversa fiada... mas mudou de opinião quando a sua esposa morreu um dia após ter denunciado publicamente a maldição, e do seu filho partir a espinha pouco depois de Adamson a ter ridicularizado pela segunda vez.
Ken Parkinson, o engenheiro de voo, sofreu todos os anos um ataque de coração no aniversário do voo ao Egipto, até ao ataque fatal em 1978. O tenente-piloto Rick Laurie morrera de um ataque de coração dois anos antes. Outro membro da tripulação perdeu a casa num incêndio, um segundo sofreu dois ataques de coração e um terceiro deixou a RAF por causa das suas doenças.
Já em 1992, a equipa de um documentário da BBC que fez filmagens no interior do túmulo foi atingida por todo um catálogo de desgraças. Dois dos seus membros morreram quando o elevador do hotel se esmagou no solo de uma altura de 21 andares. Durante as filmagens, as luzes fundiram-se no interior do túmulo, deixando a aterrorizada equipa na escuridão. Depois de terem reconstituído um ritual pretensamente destinado a despertar os mortos, levantou-se uma tempestade de areia que os deixou a todos com conjuntivites.
Em 1949, o cientista Louis Bulgarini escreveu: «É definitivamente possível que os antigos egípcios utilizassem radiações atómicas para protecção dos seus lugares sagrados. Os pavimentos dos túmulos podem ter sido cobertos com urânio, ou terem sido acabados com rochas radioactivas. No Egipto eram extraídas rochas contendo ouro e urânio e uma tal radiação ainda hoje poderia matar um homem.»
A sua teoria teve uma confirmação em 1991 quando o cientista egípcio Sayedd Mohammed Thebat , da Universidade do Cairo, visitou as múmias de um museu levando consigo um contador Geiger . Afirmou: «Podemos ter descoberto finalmente as causas para as mortes inexplicáveis de tantas pessoas que foram as primeiras a penetrar em túmulos que ainda se encontravam encerrados.»".
Karen Farrington
História do sobrenatural
Nunca ouvi dizer que a radioactividade fosse responsável por picadas de mosquitos, pela morte das esposas das pessoas expostas e por os filhos partirem a espinha. Também não me lembro de situações em que as pessoas expostas a radioactividade façam cair elevadores ou causem tempestades de areia, mas tudo bem. Sim, eu acredito na maldição do faraó, porque perdi o texto da primeira vez que o escrevi aqui e tive de o escrever todo de novo!
De qualquer modo, está explicado porque é que os americanos não querem que se faça enriquecimento de urânio no Irão. É para quando invadirem aquele território à procura de petróleo armas de destruição em massa, não serem atingidos por "maldições".
"Considerado como o maior navio da sua época, o vapor Great Eastern, desenhado e construído por Isambard Kingdom Brunel, prometia grandes riquezas e prestígio aos seus proprietários... mas só lhes trouxe infelicidades e catástrofes.
Brunel tinha razões para estar orgulhoso do seu navio e do seu desenho. Tinha um casco duplo com 211 metros de comprimento. As folhas de metal estavam separadas por compartimentos, pelo que se se abrisse um rombo, só uma secção se inundaria e o navio continuaria a flutuar.
A construção do Great Eastern demorou 4 anos e não correu bem. Os proprietários originais ficaram sem dinheiro e venderam o projecto, mas o vapor a rodas acabou finalmente por ser lançado à água em 31 de Janeiro de 1858. Contudo, Brunel nunca viu o seu navio em actividade. Sofreu uma trombose na véspera da primeira saída para o mar e morreu uma semana mais tarde.
Não muito depois, uma das suas chaminés explodiu quando uma válvula foi deixada fechada por acidente, escaldando 5 homens e destruindo o Grade Salão. Mais tarde, um sexto homem morreu numa das rodas de pás. Três meses depois, o comandante, o timoneiro e outro tripulante morreram afogados perto do navio quando ainda se encontravam num escaler.
A caminho da Grã-Bretanha, o vapor chocou com um barco mais pequeno, afogando dois dos seus tripulantes. A operação do navio já envolvia custos insuportáveis pelo que acabou por ser vendido para a sucata.
Quando o casco foi desmantelado, descobriram-se no seu interior os esqueletos de um homem e de um rapaz jovem. Um rebitador e um seu aprendiz haviam desaparecido durante a construção do navio, mas os proprietários pensaram que os mesmos se tinham ido embora, em busca de trabalho em qualquer outro lado. Quem poderia ficar surpreendido se os dois mortos procurassem vingar-se da sua morte cruel, lançando uma maldição sobre o navio que transportava os seus cadáveres?"
Karen Farrington
História do sobrenatural
Questão: Quem poderia ficar surpreendido se dois ou mais desempregados ou trabalhadores precários procurassem vingar-se da sua condição paupérrima, lançando uma maldição sobre o governo responsável pela sua vida miserável?
Não percam, no próximo post, a publicar amanhã, a maldição que recaiu sobre o chefe do governo português...
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