É assim que chamo às praxes.
Poderia acabar já este post porque, de certa forma, já está tudo dito. Mas achei que devia tecer mais alguns comentários. Quando fui caloira, não fui particularmente massacrada pelos chamados veteranos ou, na minha interpretação, sujeitos que reconhecem as dificuldades inerentes ao mercado de trabalho e optam por acumular reprovações de modo a nunca abandonarem a faculdade, envelhecendo lá ao ponto de serem confundidos com professores catedráticos e sobrecarregando as famílias com o pagamento de propinas. Como tudo tem o seu lado positivo, conhecem a fundo o sistema de ensino e, em caso de ataque nuclear, sabem quais são os recantos da faculdade que mais se assemelham a bunkers para se esconderem.
Voltando à linha de raciocínio que interrompi, apenas fui apanhada uma vez e só não me recusei a ser praxada porque a praxe consistia apenas em ter a cara pintada e cantar a música que celebrizou o Calimero e a Abelha Maia. No entanto, quando tomei a iniciativa de abandonar o recinto e fui confrontada por uma criatura que dizia "olha que depois vais a tribunal de praxe", limitei-me a responder "está bem". A menos que tencionem vir-me buscar a casa agora que já estou licenciada, penso que me safei e nunca fui a tribunal nenhum...
Quando aparecem mais criaturas daquele tipo a falarem dos benefícios da praxe porque, dizem eles "facilita a integração", eu pergunto "até que ponto nos queremos integrar com aquela gente?". Não tive falta de amigos na faculdade, não conheci nenhum desses amigos durante a praxe e, tanto quanto sei, muitos nem sequer foram praxados. Não éramos considerados totós, não fomos rejeitados por ninguém. Aliás, se alguém me rejeitou sem que eu reparasse, desculpem lá a arrogância, mas essa pessoa é que ficou a perder.
No fundo, a praxe mantém-se porque uma quantidade de idiotas quer libertar as suas frustrações e outros idiotas não têm coragem para se afirmar, mesmo que às vezes sejam em número superior. E no meio disto tudo, vamos tendo casos de polícia que não chegam a lado nenhum e que ainda agravam mais os problemas causados às vítimas porque estas, no fundo, a partir do momento em que se matricularam, estavam a pedi-las...
Ora, considerando tudo isto, penso que o senhor primeiro-ministro faz muito bem em apostar nas novas oportunidades. Assim, quem desistir do curso porque não está para passar o primeiro ano a ser espancado, pode sempre voltar quando for mais velho e já ninguém achar que ele é caloiro. De qualquer modo, se a ideia é pagar o curso e ficar desempregado, se calhar mais vale desistir do curso e ficar inteiro...
É assim que chamo às praxes.
Poderia acabar já este post porque, de certa forma, já está tudo dito. Mas achei que devia tecer mais alguns comentários. Quando fui caloira, não fui particularmente massacrada pelos chamados veteranos ou, na minha interpretação, sujeitos que reconhecem as dificuldades inerentes ao mercado de trabalho e optam por acumular reprovações de modo a nunca abandonarem a faculdade, envelhecendo lá ao ponto de serem confundidos com professores catedráticos e sobrecarregando as famílias com o pagamento de propinas. Como tudo tem o seu lado positivo, conhecem a fundo o sistema de ensino e, em caso de ataque nuclear, sabem quais são os recantos da faculdade que mais se assemelham a bunkers para se esconderem.
Voltando à linha de raciocínio que interrompi, apenas fui apanhada uma vez e só não me recusei a ser praxada porque a praxe consistia apenas em ter a cara pintada e cantar a música que celebrizou o Calimero e a Abelha Maia. No entanto, quando tomei a iniciativa de abandonar o recinto e fui confrontada por uma criatura que dizia "olha que depois vais a tribunal de praxe", limitei-me a responder "está bem". A menos que tencionem vir-me buscar a casa agora que já estou licenciada, penso que me safei e nunca fui a tribunal nenhum...
Quando aparecem mais criaturas daquele tipo a falarem dos benefícios da praxe porque, dizem eles "facilita a integração", eu pergunto "até que ponto nos queremos integrar com aquela gente?". Não tive falta de amigos na faculdade, não conheci nenhum desses amigos durante a praxe e, tanto quanto sei, muitos nem sequer foram praxados. Não éramos considerados totós, não fomos rejeitados por ninguém. Aliás, se alguém me rejeitou sem que eu reparasse, desculpem lá a arrogância, mas essa pessoa é que ficou a perder.
No fundo, a praxe mantém-se porque uma quantidade de idiotas quer libertar as suas frustrações e outros idiotas não têm coragem para se afirmar, mesmo que às vezes sejam em número superior. E no meio disto tudo, vamos tendo casos de polícia que não chegam a lado nenhum e que ainda agravam mais os problemas causados às vítimas porque estas, no fundo, a partir do momento em que se matricularam, estavam a pedi-las...
Ora, considerando tudo isto, penso que o senhor primeiro-ministro faz muito bem em apostar nas novas oportunidades. Assim, quem desistir do curso porque não está para passar o primeiro ano a ser espancado, pode sempre voltar quando for mais velho e já ninguém achar que ele é caloiro. De qualquer modo, se a ideia é pagar o curso e ficar desempregado, se calhar mais vale desistir do curso e ficar inteiro...
Bom, só para desanuviar, cá ficam umas imagens de amiguinhos da nossa infância: