Ao olhar para a porta aberta de uma cabina ao lado da sua, o comandante de um navio que em 1828 cruzava o Atlântico, em direcção à Terra Nova, entreviu, por entre a obscuridade, um homem que nunca vira antes.
Não pertencia à tripulação e naquela viagem não seguia nenhum passageiro. Convencido de que encontrara um clandestino, o comandante precipitou-se para a cabina, mas nesse preciso instante a figura desapareceu misteriosamente.
Tudo quanto restava era uma mensagem rabiscada na parede da cabina: «rume para noroeste».
O comandante, desconcertado embora, ficou tão impressionado com a mensagem que alterou o curso de acordo com as instruções recebidas.
Após algumas horas, o seu navio encontrou um outro em risco de se afundar. O único tripulante a bordo era o homem que o comandante vira na cabina do seu próprio navio, que, segundo afirmou, acabara de despertar de um sono profundo, durante o qual sonhara que ia ser salvo."
O Grande Livro do Maravilhoso e do Fantástico
Selecções do Reader's Digest
Moral da história: se estiverem em risco de vida, durmam. Não há nada que o sono repousante não cure.
"Considerado como o maior navio da sua época, o vapor Great Eastern, desenhado e construído por Isambard Kingdom Brunel, prometia grandes riquezas e prestígio aos seus proprietários... mas só lhes trouxe infelicidades e catástrofes.
Brunel tinha razões para estar orgulhoso do seu navio e do seu desenho. Tinha um casco duplo com 211 metros de comprimento. As folhas de metal estavam separadas por compartimentos, pelo que se se abrisse um rombo, só uma secção se inundaria e o navio continuaria a flutuar.
A construção do Great Eastern demorou 4 anos e não correu bem. Os proprietários originais ficaram sem dinheiro e venderam o projecto, mas o vapor a rodas acabou finalmente por ser lançado à água em 31 de Janeiro de 1858. Contudo, Brunel nunca viu o seu navio em actividade. Sofreu uma trombose na véspera da primeira saída para o mar e morreu uma semana mais tarde.
Não muito depois, uma das suas chaminés explodiu quando uma válvula foi deixada fechada por acidente, escaldando 5 homens e destruindo o Grade Salão. Mais tarde, um sexto homem morreu numa das rodas de pás. Três meses depois, o comandante, o timoneiro e outro tripulante morreram afogados perto do navio quando ainda se encontravam num escaler.
A caminho da Grã-Bretanha, o vapor chocou com um barco mais pequeno, afogando dois dos seus tripulantes. A operação do navio já envolvia custos insuportáveis pelo que acabou por ser vendido para a sucata.
Quando o casco foi desmantelado, descobriram-se no seu interior os esqueletos de um homem e de um rapaz jovem. Um rebitador e um seu aprendiz haviam desaparecido durante a construção do navio, mas os proprietários pensaram que os mesmos se tinham ido embora, em busca de trabalho em qualquer outro lado. Quem poderia ficar surpreendido se os dois mortos procurassem vingar-se da sua morte cruel, lançando uma maldição sobre o navio que transportava os seus cadáveres?"
Karen Farrington
História do sobrenatural
Questão: Quem poderia ficar surpreendido se dois ou mais desempregados ou trabalhadores precários procurassem vingar-se da sua condição paupérrima, lançando uma maldição sobre o governo responsável pela sua vida miserável?
Não percam, no próximo post, a publicar amanhã, a maldição que recaiu sobre o chefe do governo português...
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