Segunda-feira, 15 de Outubro de 2007

Meu amor, não nos deixes!

Com este post estou a participar no passatempo do http://arcebispodecantuaria.blogs.sapo.pt/.
Meu amor, não nos deixes!

Há já muito tempo que eu deixei de me enojar facilmente e isto também é válido para os restaurantes e respectivas cozinhas. No sítio onde vivo, há um restaurante que é considerado pelos guias Michelin como um dos melhores, tem várias estrelas e, no entanto, na época das inundações, é ver as baratas a fugirem de lá...

Deixei de me preocupar porque, a bem da verdade, quando se vai a um restaurante, nunca se sabe muito bem o que se está a comer, nem o que o cozinheiro coçou antes de preparar a comida, nem se o empregado de mesa espirrou para cima do prato, etc. Do mesmo modo, deixar de comer fora também não é grande solução, porque eu não sei como é tratada a comida que compro para ter em casa. Sei lá se o talhante ou a peixeira têm febre tifóide e se o funcionário fabril que embalou as bolachas ou pôs os rótulos nos iogurtes tem ébola! Consequentemente, e como não posso viver sem comida nem posso ter uma horta, recuso-me a ficar paranóica por causa disto. Tenho mesmo que comer e calar.

Esta conversa toda para dizer que, recentemente, fui com a minha mana a um restaurante onde já temos ido outras vezes mas, desta feita, quando tirei o guardanapo de cima do prato, estava lá uma baratinha morta. Era mesmo pequenina, quase parecia um bicho-de-conta, não era daquelas cascudas e viscosas, e acho que isso pesou na nossa reacção calma e controlada. Afinal de contas, devemos algum respeito a criaturinhas que já cá andavam antes de nós, que continuam vivas algum tempo depois de decapitadas e que resistem à radiação.

Levantei-me e levando o prato (e a barata) comigo, dirigi-me a um funcionário, a quem entreguei o prato e, tranquilamente, pedi outro. Ele desfez-se em desculpas (devia era ter feito um desconto no final), deu-me outro prato e a coisa ficou por ali.

Mas agora dei por mim a pensar: e se nós, por sermos clientes habituais, tivemos o privilégio de sermos apresentadas à mascote do restaurante e não lhe demos o devido valor? Pior ainda: ela estava morta! E se eles acharem que nós lhes matamos a mascote? Imaginem o sofrimento deles: "Etelvina, minha baratinha de estimação, fala comigo. Volta Etelvina, não nos deixes, por favor. Aquelas malvadas mataram-te mas nós vamos vingar a tua morte!". Não sei porque me lembrei de chamar a bicha de Etelvina, as Etelvinas que me desculpem, mas já pensaram na tristeza de perder assim uma mascote que nos é querida?

Bolas, por causa deste meu coração de manteiga já estou com lágrimas nos olhos...

publicado por bonecatenebrosa às 12:34
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