Há poucos dias, Blatter, presidente da FIFA, ao referir-se à pressão do Manchester United para manter lá o Cristiano Ronaldo, disse que aquele era um exemplo da escravatura moderna.
Aqueles de vós que associavam escravatura moderna ao tráfico de pessoas para fins de exploração laboral ou sexual, desenganem-se que não é nada disso. Aqueles que pensam em escravatura quando se fala de portugueses que vão para a Espanha ou Holanda ser explorados e mantidos em cativeiro, esqueçam que estão redondamente enganados. Ou mais recentemente a história da embaixada dos Emirados Árabes na Bélgica que parece que tinha lá raparigas em situação de escravatura, também está a simplificar a realidade. Nada disto é escravatura!
A escravatura moderna real acontece no futebol. Os jogadores assinam contratos por vários anos em vez de assinarem somente contratos de 1 ano. Recebem ordenados milionários em vez de receberem apenas o ordenado mínimo. Treinam umas manhãs e jogam a sério uns dias por semana em vez de trabalharem das 9 às 17 todos os dias e, às vezes aos fins de semana. E isto sim, é escravatura!
Será que o Cristiano não sabe ler e assinou o contrato desconhecendo as condições do mesmo? Será que ele não tem dinheiro para pagar a rescisão do contrato? Será que ele está preso numa sanzala e quando se porta mal é amarrado ao tronco e açoitado?
De facto a vida de jogador de futebol é triste e injusta... pelo menos para aqueles que não ganham tanto como eles e não têm condições para abandonar os seus empregos de miséria. O senhor Blatter que vá tomar os medicamentos e o Cristiano que vá participar numa orgia para afogar as mágoas e não chateiem!