Sábado, 26 de Julho de 2008

Deixem-se lá de brincadeiras e falem a sério

Segundo o coordenador da Rota da Cortiça, fez-se justiça ao acabar com a discriminação salarial que se reflectia no facto de, até à data, pelo mesmo trabalho as mulheres ganharem menos 100 euros que os homens naquele sector.

Ainda gostava que me expicassem como se eu fosse o macaco Gervásio, onde é que está a justiça nisto, principalmente quando dizem que a discriminação salarial vai acabar de forma progressiva.

A meu ver esta situação é inconstitucional, uma vez que a Constituição diz que não se pode fazer discriminação numa série de áreas, entre as quais a sexual. Dizer que se está a fazer justiça é uma anedota! Far-se-ia justiça se pagassem a estas mulheres retroactivos que compensassem a desigualdade salarial e se acabassem com a discriminação imediatamente e não de forma progressiva.

Só num país onde a discriminação e as injustiças pululam e convivem alegremente é que se podia achar que está a ser feita justiça nesta situação. Se não fosse tão deprimente até podia passar por anedota.

publicado por bonecatenebrosa às 12:23
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Sábado, 19 de Julho de 2008

In(coerências)

Recentemente dei por mim a estranhar o silêncio da associação SOS Racismo e de outras com objectivos semelhantes. Seria de esperar que se pronunciassem a propósito dos incidentes ocorridos no Bairro da Fonte em Loures, uma vez que houve uma nítida componente racial.

No entanto, e mais uma vez, salta à vista que só se considera a existência de discriminação/racismo quando há um grupo opressor constituído por brancos e um grupo oprimido constituído por elementos de outras etnias. Quando surge uma situação deste tipo em que duas etnias, ambas consideradas minoritárias, se envolvem em confrontos, estes já não são considerados como tendo um carácter racial. O que leva à constatação (óbvia para mim mas possivelmente nova para outras pessoas) de que os grupos de raça branca são discriminados porque são vistos como os únicos que praticam discriminação.

Mudando um pouco de tema, gostava de perceber quais são os critérios das autarquias para a atribuição de habitações. Neste momento, já não estou a fazer considerações raciais. Pouco me importa se as pessoas a quem são atribuídas casas e subsídios são brancas, pretas, ciganas ou marcianas.

O que me faz confusão é que há pessoas que toda a vida trabalharam e, chegando a velhas, recebem uma reforma que mal dá para comprar os remédios, vivem no último andar de prédios sem elevador, com a madeira carcomida pelo caruncho, goteiras e humidade. Há jovens que passam anos à procura do primeiro emprego, tendo de viver na casa dos pais até terem meios de subsistência. E depois há pessoas que ganham casas do Estado.

A estranheza aumenta quando se vê que estas pessoas têm corpo para trabalhar, têm dinheiro para comprar armas e têm disponibilidade para se envolverem em tiroteios. E o Estado, em vez de lhes dar a morada devida que era a prisão, dá-lhes casas e subsídios. Como se pode concluir, este é um Estado que premeia criminosos, pelo que não é de estranhar os ordenados, reformas e benefícios atribuídos àqueles que ocupam ou ocuparam cargos de chefia.

publicado por bonecatenebrosa às 11:25
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Sexta-feira, 4 de Julho de 2008

Que nome se dá a um conjunto de disparates?

Li no Sapo a notícia de que um "homem grávido deu à luz por parto natural". Mais interessante que o sensacionalismo associado à notícia, foi ler os comentários do público. Chiça que já há muito tempo que eu não lia tanto disparate junto! Aliás, nem em todas as entrevistas que deu desde que está no governo, o Sócrates conseguiu dizer tanta asneira.

Para aqueles que se questionam sobre como foi concebida e de onde saiu a criança, passo a explicar: saiu exactamente pelo mesmo sítio que entrou. Visto que o indivíduo em questão estava a fazer tratamento hormonal para mudar de sexo, mas ainda não tinha feito a operação aos órgão genitais, tinha uma aparência masculina mas órgãos femininos. Se ainda assim não perceberam, é simples: ele rezou muito a Fátima a pedir para engravidar e a cegonha trouxe-lhe o bebé de Paris ou talvez da China, mas isso agora é com a cegonha.

Para aqueles que estão preocupados com o bem-estar psicológico da criança, acreditando que ela poderá ficar traumatizada com a situação, cá fica o meu parecer. Acredito que seja muito mais traumático ser negligenciada ou mal-tratada pelos pais, independentemente do sexo e/ou orientação sexual dos mesmos. Acho muito mais provável que a criança fique traumatizada com os comentários jocosos e discriminatórios que se fazem acerca dos seus pais, do que com os pais propriamente ditos.

Engraçado como as pessoas gostam de julgar aquilo que é diferente. Eu própria admito que também o faço, e apresento publicamente as minhas desculpas. A verdade é que não sendo adepta de nenhum clube futebolístico, já me perguntei se a prática largamente difundida de levar crianças ao futebol não será traumática. E baptizá-las também me parece traumático. Quer dizer, que mal é que a criança fez para passar por uma cerimónia que não entende e onde ainda lhe molham a cabeça? E a mutilação imposta às crianças que ainda são bebés quando os pais se lembram de lhes furar as orelhas. Ui tantos traumas, a loucura colectiva está explicada.

E a propósito, a Drª Manuela Ferreira Leite, de forma sábia, admite uma postura discriminatória em relação aos homossexuais, achando que não lhes deve ser concedida a possibilidade de casarem, recorrendo ao argumento segundo o qual homossexuais e heterossexuais são diferentes e, independentemente de a Constituição dizer o contrário, não devem usufruir dos mesmos direitos porque contrariam a norma. Digo "de forma sábia" porque, de facto, ela tem razão em duas coisas: a sua postura é mesmo discriminatória e uma coisa é uma coisa enquanto outra coisa é outra coisa. Do mesmo modo, também contraria a norma um partido ser liderado por uma mulher, pelo que segundo a sua própria teoria, ela deveria abandonar o cargo e dedicar-se a funções mais "femininas" como procurar meias para cozer. Quem tem telhados de vidro...

publicado por bonecatenebrosa às 00:21
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