Terça-feira, 1 de Julho de 2008

O conto de fadas europeu

Era uma vez um continente que, apesar de não ser necessariamente fanático com a imposição da democracia, também gostava de apregoar as suas qualidades democráticas e respeito pelos direitos dos cidadãos.

Nesse continente, ao qual vamos dar o nome fictício de Europa, houve um dia um país que decidiu pôr em prática aquilo de que muitos dos outros só falavam, e deu aos cidadãos o direito de escolher sobre o futuro do continente e dos países que dele fazem parte. Vamos chamar Irlanda a esse país.

Por outro lado, os outros países, com receio de que os cidadãos não apoiassem as vontades dos seus governantes, optaram por não dar a palavra aos cidadãos, pelo que os seus governos tomaram as decisões de forma arrogante e unilateral.

No entanto, a democracia venceu. Ao contrário do que os governantes desejavam, o povo irlandês não concordou com aquilo que lhes queriam impor.

Os governantes dos outros países reagiram de forma muito negativa. Esbracejaram, estrebucharam, disseram enormidades e chegaram a ameaçar dar à Irlanda uma maçã envenenada, expulsando-a da União de países europeus.

Afinal, os países que diziam ser democráticos, pareciam não gostar da democracia quando ela contrariava os interesses dos seus governantes.

Agora, também o presidente de um país ao qual vamos chamar Polónia veio recusar o tratado que os restantes países europeus queriam impor. E outros países teriam também recusado o tratado se a escolha tivesse estado nas mãos do povo.

O resto do conto de fadas ainda está por escrever. Não percam os próximos capítulos, onde vamos saber se os países europeus abolem a democracia ou se finalmente não decidir implementá-la sem restrições.

publicado por bonecatenebrosa às 10:00
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Terça-feira, 11 de Setembro de 2007

É aproveitar enquanto se pode

Diz assim uma notícia do sapo: "Comissário europeu quer bloquear pesquisas na net. O comissário europeu da justiça e segurança quer impedir que os motores de busca da internet possam procurar palavras como bomba, genocídio ou terrorismo. Manuel Lopes da Rocha, especialista em Direito da Internet, diz que esta é uma medida grave e limitadora."

Bom, nada como um bocadinho de censura para defender princípios democráticos... O comissário europeu deve ter pensado "Ah! Malditos sejam esses terroristas que nos querem, à lei da bomba, impor o seu modo de vida retrógrado e pouco civilizado! Difundem o terror entre o povo e mantêm-no na ignorância para mais facilmente afirmarem os seus ideais e recrutarem simpatizantes. Vamos limitar-lhes o acesso à internet para que eles não possam obter informação relevante sobre a sua própria actividade. Se, pelo caminho, tivermos nós próprios de limitar o acesso da população à informação para afirmarmos os nossos princípios e ideais desenvolvidos, so be it"! 

Um bocadinho hipócrita, não? Não sei porquê, mas tenho a impressão que antes da internet existir, já havia gente capaz de fazer bombas. Também tenho a impressão que já existia terrorismo e já se faziam genocídios antes de existir internet, ou mesmo computadores. Esta medida, resultado de uma inteligência duvidosa, a ser posta em prática vai dificultar a vida de muita gente que, não sendo terrorista, precisa de recolher informação na internet sobre alguns destes temas. Estou a pensar, por exemplo, em estudantes, jornalistas, tradutores, historiadores, sociólogos, etc. No fundo, acho que é uma medida que dificulta a vida a toda a gente, menos aos próprios terroristas.

Por via das dúvidas, e antes que a censura seja posta em prática, vou aproveitar para, por um dia, mudar o slogan "medo, terror, escuridão" para "bomba, terrorismo, genocídio". Se amanhã não postar nada neste blog, é porque de uma forma muito democrática, os americanos devem ter-me vindo buscar e a esta altura já devo estar em Guantanamo...

publicado por bonecatenebrosa às 16:08
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Sábado, 7 de Julho de 2007

Os chibos

Nem me vou dar ao trabalho de enumerar todas as situações recentes que me levaram a criar este post.

De um modo geral, gosto tanto dos chibos como gosto dos fascistas que utilizam a informação que eles lhes dão. Mas fica aqui a pergunta: Se votaram no Salazar para o maior português de todos os tempos, agora estão a queixar-se de quê? Cada um tem o que merece e parece que andávamos a pedi-las...

Para a próxima, tenham juizinho e não alinhem nessas coisas de votações. A Democracia é um monstro mau, uma criatura besta-fera. Sejam um povo porreiro e deixem que alguém tome as decisões por vocês. É que pela boca morre o peixe e, se a PIDE estivesse a ouvir, não era só o peixe que morria.

publicado por bonecatenebrosa às 14:17
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