Segundo uma notícia da Lusa, um indivíduo baleou dois vizinhos por achar que um deles, por ser homossexual, andava a sodomizar-lhe o gato. Ao que parece, o gato fugiu e quando o seu dono andava a tentar apanhá-lo, foi ajudado por um vizinho. Como este vizinho era homossexual e como os homossexuais não devem ter mais o que fazer do que andar a ir ao rabo a gatos, o dono do gato achou que o seu gato andava a ser sodomizado e, vai daí, tentou matar o vizinho (felizmente não conseguiu, senão o gato ia sentir-se sozinho).
Ok, isto é profundamente ridículo! Além disso faz lembrar aquela anedota do rapaz que aparece em casa todo arranhado e depois de muito se tentar justificar junto dos pais, diz "Porra, o gato é meu, vou-lhe ao cú as vezes que quiser!". Será que o dono do gato teve ciúmes? E se sim, de quem? Do gato ou do vizinho?
Também ridícula é esta frase do magistrado, que condenou o dono do gato a pouco mais de 5 anos de prisão: "Dar um tiro em alguém por ser homossexual e por supostamente ter tido relações sexuais com um gato que ajudou a resgatar, e por isso o animal ter ficado paneleiro, é talvez o motivo mais torpe que eu já vi na minha vida". Este mesmo magistrado, comparou o comportamento do dono do gato, ao dos jovens que mataram a Gisberta.
Ponto 1 - O magistrado usou mesmo a palavra "paneleiro" em tribunal? Sim, porque isso não é nada ofensivo nem torpe e não revela nada sobre as ideias que o próprio magistrado tem acerca dos homossexuais.
Ponto 2 - Se este caso é tão semelhante ao da Gisberta, porque é que os jovens que mataram a Gisberta não foram condenados a 5 anos de prisão e a família da Gisberta nem sequer foi indemnizada?
Ponto 3, e mais importante - Como é que fica o gato no meio disto tudo?
Recentemente dei por mim a estranhar o silêncio da associação SOS Racismo e de outras com objectivos semelhantes. Seria de esperar que se pronunciassem a propósito dos incidentes ocorridos no Bairro da Fonte em Loures, uma vez que houve uma nítida componente racial.
No entanto, e mais uma vez, salta à vista que só se considera a existência de discriminação/racismo quando há um grupo opressor constituído por brancos e um grupo oprimido constituído por elementos de outras etnias. Quando surge uma situação deste tipo em que duas etnias, ambas consideradas minoritárias, se envolvem em confrontos, estes já não são considerados como tendo um carácter racial. O que leva à constatação (óbvia para mim mas possivelmente nova para outras pessoas) de que os grupos de raça branca são discriminados porque são vistos como os únicos que praticam discriminação.
Mudando um pouco de tema, gostava de perceber quais são os critérios das autarquias para a atribuição de habitações. Neste momento, já não estou a fazer considerações raciais. Pouco me importa se as pessoas a quem são atribuídas casas e subsídios são brancas, pretas, ciganas ou marcianas.
O que me faz confusão é que há pessoas que toda a vida trabalharam e, chegando a velhas, recebem uma reforma que mal dá para comprar os remédios, vivem no último andar de prédios sem elevador, com a madeira carcomida pelo caruncho, goteiras e humidade. Há jovens que passam anos à procura do primeiro emprego, tendo de viver na casa dos pais até terem meios de subsistência. E depois há pessoas que ganham casas do Estado.
A estranheza aumenta quando se vê que estas pessoas têm corpo para trabalhar, têm dinheiro para comprar armas e têm disponibilidade para se envolverem em tiroteios. E o Estado, em vez de lhes dar a morada devida que era a prisão, dá-lhes casas e subsídios. Como se pode concluir, este é um Estado que premeia criminosos, pelo que não é de estranhar os ordenados, reformas e benefícios atribuídos àqueles que ocupam ou ocuparam cargos de chefia.
A página do SAPO apresenta a seguinte notícia: "A Polícia Judiciária volta a ser posta em causa pela comunicação social inglesa. Numa reportagem que está a passar na Sky, o jornalista de investigação criminal Martin Brunt acusa a polícia portuguesa de ter selado, tardiamente, o apartamento de onde terá desaparecido Madeleine. De acordo com a reportagem, o grande erro da polícia portuguesa foi não ter selado, de imediato, o apartamento, permitindo que o local do crime fosse contaminado."
Infelizmente, a PJ não me paga para defender a sua actuação e, assim sendo, não pretendo fazê-lo. Aliás, acho que o Mr. Martin Brunt, esse génio do jornalismo de investigação criminal, não está a dizer nada que o cidadão português mais ignorante também não diga. Como tal, agradecia que, para a próxima, dissesse algo completamente novo, digno de uma figura reputada. Assim, quem sabe, revelar a verdadeira identidade do Jack, o Estripador. Ah, pois é, a polícia inglesa nunca descobriu... Bloody hell!
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