Uma das muitas coisas que me distingue do presidente da república, é a forma como fazemos comunicados oficiais. Senão reparem: ele interrompe as férias para falar de trabalho, enquanto eu interrompo o trabalho para falar de férias; além disso, ele faz comunicados para o país inteiro mas que, no fundo, só interessam a meia-dúzia de gatos pingados, enquanto eu dirijo o meu comentário apenas aos fãs deste blogue, sem ter pretensões de interessar ao país inteiro.
Isto tudo para chegar ao seguinte: amanhã vou de férias e volto em breve (quando virem um novo post é sinal que voltei). Como diria o Batatinha nos seus tempos áureos no Batatoon, "beijinhos, abraços e muitos palhaços" (esta última parte não podia ser mais verdadeira) e até breve.
Hoje, após algumas horas de suspense, o presidente da república decidiu falar ao país. Ao que parece, a única pessoa que estava minimamente por dentro do tema era o primeiro ministro, com quem o presidente já se tinha reunido.
Os jornalistas faziam questão de dizer que era a primeira vez que o presidente falava ao país desde o referendo sobre o aborto. Esperava-se alguma coisa importante...
Não é que goste de ouvir a voz do Cavaco nem de ver a imagem dele na TV, e nem sequer acontece eu dar alguma importância ao que ele costuma dizer. Mas admito que decidi assistir ao comunicado por ter curiosidade.
E não é que ele decide ir falar do estatuto político-administrativo dos Açores? Tudo bem, é importante (principalmente para os açorianos) mas ele já tinha dado o seu parecer e já tinha também o parecer do tribunal constitucional. Então o comunicado serviu para quê? Para vermos que está vivo e de boa saúde? Isso faz lembrar as imagens que o governo cubano transmitiu quando o pessoal achava que o Fidel já tinha ido comer couves pela raiz!
Para as expectativas que criaram, o mínimo que o presidente podia ter feito era dissolver o governo, declarar guerra a Espanha ou fazer um espectáculo drag queen... Há alturas em que mais vale ficar calado.
. É nestas alturas que não ...