A notícia do playback da menina chinesa que tinha "cantado" na gala de abertura dos Jogos Olímpicos está a fazer sensação. A onda de indignação é tão grande que quase parece um tsunami. Ouvem-se e lêem-se comentários que de um modo geral concluem que tal coisa só poderia acontecer na China. De facto, onde é que já se viu seleccionar uma pessoa por ser mais bonita e relegar para segundo plano os que não correspondem ao padrão estereotipado de beleza?
Bom, aquilo que pode parecer um desafio, na realidade não o é. Se virmos bem, em muito países ditos desenvolvidos ainda se fazem concursos de beleza que, embora nos queiram convencer que também avaliam talento e personalidade, o que avaliam realmente é a forma como um bocado de carne fica dentro de um fato de banho e a sua capacidade de memorização para dizer algo do tipo "o que eu mais desejo é paz no mundo". Quer-me parecer que por muito talento e personalidade que pudessem ter, as raparigas com cerca de 1m50, 90 kg, acne, dentes tortos e corcundas nunca ganhariam estes concursos.
Pensando noutros casos mais específicos, lembro-me que não contrataram uma gorda para o papel de Bridget Jones, nem uma nariguda para o papel de Virginia Wolff, nem uma mulher com sobrancelhas de lobisomem para o papel de Frida Khalo, nem uma mulher simplesmente feia para fazer de assassina em série no papel que deu o Oscar à Charlize Theron. Não. Foram buscar actrizes bonitas para serem caracaterizadas e fazerem aqueles papéis, assumindo que não haveria nenhuma actriz feia igualmente capaz. A verdade é que se virmos bem, devem contar-se pelos dedos de uma mão as actrizes que são feias.
Para a próxima, ponham uma actriz talentosa com o corpo da Valentina Torres a fazer os papéis da Soraia Chaves e depois venham mostrar indignação pelo comportamento organizadores da gala de abertura dos jogos.
Ah, e um pequeno à parte: Oh Telma, fica-te mal mandar as culpas da derrota para os outros. Tem cuidado para não ficares parecida com o Benfica que quando perde diz que é porque os outros são corruptos.
De um modo geral, não tenho nada contra cirurgias plásticas realizadas para fins estéticos, desde que as pessoas fiquem mais bonitas depois de as fazerem. É o mínimo que se pode pedir, tendo em conta que o objectivo da cirurgia é estético.
É claro que os critérios de beleza variam, mas na minha opinião, dois dos aspectos indispensáveis são que a pessoa continue a parecer humana e que o resultado seja o mais natural possível. Ou seja, ficar igual ao Michael Jackson está fora de questão.
Eis senão quando ao ver a Luciana Abreu no Dança Comigo especial, não pude evitar o pensamento: "a rapariga dizia que era pobre em ouro e rica em sonhos, mas esqueceu-se de dizer que também é rica em silicone"! Admito que, a determinado momento da dança, pensei que as mamas dela se iam separar do corpo e continuar a dançar sozinhas... Irra!
Ah, a propósito, se alguém for ver o filme Call Girl e conseguir abstrair-se da Soraia Chaves nua, depois pode vir aqui ao blog partilhar a história do filme, porque tenho a impressão que muito boa gente vai sair da sala de cinema a pensar: "afinal o filme era sobre o quê?".
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