Ontem começou na SIC uma nova novela, chamada Resistirei. Decidi ver um pouquinho e, logo no início, deparei com uma cena interessante: os colegas da protagonista perguntavam-lhe qualquer coisa do tipo o que ela pensava fazer quando terminasse os estudos, ao que ela respondia que foi contactada por uma empresa que tinha tido acesso a um dos seus trabalhos sem que ela soubesse como.
Isso fez-me pensar em algumas ideias para telenovelas que queiram aproximar-se cada vez mais da realidade nacional. Isto porque no nosso país não é assim tão comum haver casos de gémeos separados à nascença, filhos raptados aos pais, amores impossíveis, arquinimizades familiares, etc. Bem mais comum no nosso país é o desemprego! Assim sendo, aqui ficam alguns temas:
1 - Um jovem que acabou de terminar o curso e a sua procura incansável do primeiro emprego, quando todos os locais exigem experiência profissional;
2 - Um funcionário de meia-idade cuja fábrica têxtil declarou falência para reabrir na Roménia, e a sua saga para procurar emprego quando, apesar da sua ampla experiência profissional, todos os locais exigem que seja jovem;
3 - O jovem que já terminou o curso, já teve várias experiências profissionais precárias mas não consegue arranjar um emprego estável e bem remunerado porque não tem cunhas;
4 - O candidato a emprego que tem de fazer um estágio profissional no Red Light District em Amsterdão para poder arranjar e manter um emprego fazendo favores sexuais ao patrão;
5 - O candidato a emprego que consegue ficar com o lugar mas entretanto apercebe-se que foi à custa de uma cunha que desconhecia e a sua demanda interminável para descobrir de onde veio a cunha;
6 - O candidato que tem cunhas, sabe que as tem, mas não quer arranjar emprego à custa delas e tenta evitar a todo o custo que os potenciais empregadores conheçam a sua família e amigos;
7 - A saga de milhares de desempregados nas suas deslocações aos Centros de Emprego;
8 - A dura sobrevivência da família de um desempregado que se suicidou após ouvir o Sócrates dizer que estava satisfeito por a taxa do desemprego ter estabilizado nos 8% e, logo após, ter ouvido o médico legista dizer que estava satisfeito porque a condição clínica do morto também era estável.
Querem mais? Paguem-me que eu até escrevo os guiões!
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