Foi hoje ao pequeno almoço que vi a notícia de que iria começar a ser comercializado um medicamento que seria uma espécie de viagra feminino. Ora, isto para mim (e penso que para outras mulheres) é preocupante!
Dantes, para nos escaparmos aos avanços sexuais de trastes sem lhes ferir o ego, bastava dizermos que nos doía a cabeça. Veio então o ben-ur-on estragar este esquema tão bem desenvolvido desde tempos ancestrais.
Seguindo a teoria da selecção natural, as mulheres mais aptas logo arranjaram outro pretexto, simples mas relativamente eficaz. Entrou-se assim na era do "hoje não me apetece, fica para outro dia". Mais uma vez, esta técnica cumpria os objectivos e não feria a auto-estima do ex-futuro parceiro sexual.
Agora, com a criação de um medicamento que visa aumentar o apetite sexual feminino (que geralmente não é reduzido, mas sim mal correspondido), nem essa desculpa nos salva.
Para as mulheres isto não é de todo um problema. O problema são os homens que vão ficar frustrados quando, apesar de tudo, continuarem a levar com negas. E agora já nem se podem socorrer do célebre "Ah, não consegui nada com ela, deve ser frígida".
O mais provável é começarem a surgir indivíduos com fortes problemas de auto-estima quando tentarem levar uma mulher para a cama e ouvirem algo do género "Olha, não me dói a cabeça e, por acaso, até tenho apetite sexual mas sinceramente não me apetece desperdiçá-lo com um gajo como tu, acho que consigo arranjar melhor".
Assim sendo, resta-me concluir que a brilhante ideia do viagra feminino foi desenvolvida por uma empresa farmacêutica especializada em anti-depressivos: as mulheres com elevado apetite sexual vão ficar insatisfeitas nas suas relações e os homens vão ficar com sérios problemas de auto-estima. E assim dispara a venda de anti-depressivos!
É melhor os homens pensarem nisto antes de se armarem em espertos e começarem a pôr o medicamento à socapa na comida ou bebida das companheiras.
. O impacto da ausência de ...