Sexta-feira, 14 de Dezembro de 2007

6.ª Sobrenatural - "Exorcismo"

"Durante séculos prevaleceu a noção do exorcismo dos diabos que habitam nos humanos. Algumas escrituras sugerem que Jesus era um exorcista. De acordo com S. Marcos 1, 32-34, «Ao cair da tarde, quando o sol se pôs, trouxeram-lhe todos os enfermos e possessos, e a cidade inteira estava reunida junto à porta. Curou muitos enfermos atormentados por diversos males e expulsou muitos demónios.»

A partir de 1614, a Igreja Católica Romana passou a ter um ritual formal de exorcismo, o Rituale Romanum. Eram os tempos em que a sineta de uma igreja era usada como cálice para administrar uma «santa poção» de xerez, óleo e ervas. A relíquia de um santo podia ser metida à força na boca do «possuído» e o facto deste se debater era tomada como mais uma prova de que existiam demónios no seu interior.

Todavia, este processo não se restringia apenas à Igreja Católica. A fé Judaica e a Igreja Protestante também têm uma história de exorcismos, bem como a nova vaga de Igrejas Carismáticas e os ministérios de «libertação» a elas associados. Contudo, muitas das pessoas exorcizadas ao longo dos séculos estavam na verdade a sofrer de enfermidades físicas ou psicológicas.

Nos nossos dias, as autoridades tanto da Igreja Católica como Protestante não se manifestam a respeito do diabo e da sua habilidade para invadir os humanos. Sacerdotes e ministros excessivamente zelosos - e até exorcistas leigos - criaram graves problemas nas mentes frágeis daqueles que diagnosticaram como estando possuídos pelo demónio.

Cada diocese católica tem um sacerdote responsável pelo exorcismo apesar de manterem um grande segredo em relação ao que na realidade fazem. Sabe-se que, em 1982, o Papa João Paulo II executou um exorcismo a uma mulher jovem, mas o Vaticano recusa-se a fornecer mais pormenores ao mundo. Todavia, o padre Gabriele Amorth, o principal exorcista de Roma, insiste que «a Igreja nunca teve dúvidas de que o diabo existe. Hoje, a nossa linguagem pode ser mais discreta, mas a ideia permanece a mesma».

Para dar uma escala a esta afirmação, o padre Amorth revelou que das 50000 pessoas que o foram consultar, só 84 eram genuínos casos de possessão. Os exorcistas católicos legítimos afirmam ter visto os seus «pacientes» levitar até ao tecto, vomitar pregos, cacos de vidro e peças de equipamentos de rádio, exibir uma força extrema e ficarem paralisados. Outros alegados efeitos dos exorcismos incluem diarreia, cuspidelas, vómitos e objectos voando pelos ares.

Também os anglicanos treinaram exorcistas que têm de trabalhar de acordo com regras estritas estabelecidas em 1975. Em parte, essas regras surgiram por causa de um marido que assassinou a mulher em 1974 depois de uma sessão de exorcismo à meia-noite, numa igreja paroquial do Yorkshire. No julgamento, a defesa afirmou que o homem agira num ataque de loucura incitado pelo exorcismo oficiado por um vigário da Igreja de Inglaterra, por um ministro metodista e pelas respectivas esposas.

Contudo, o sistema de exorcismos tem estado aberto a abusos e o cónego Dominic Walker, presidente do grupo de estudos da Libertação Cristã - monitor oficial da Igreja para os exorcismos - admite que os exorcistas não treinados constituem uma grande preocupação. Algumas pessoas alegadamente possessas chegaram a ser espancadas quando os exorcistas tentavam expulsar os demónios dos seus corpos. Uma infeliz mulher foi obrigada a permanecer num quarto fechado contra a sua vontade, e ficou cada vez mais assustada e histérica não por causa dos demónios, mas sim com o que tentavam fazer-lhe.

Uma mulher de 56 anos das Midlands foi informada pelo vigário local de que se encontrava infestada por mais de 100 demónios, teve um colapso e acabou por perder o emprego como gestora numa companhia de seguros.

«Costumava segurar-me - com a ajuda de outros -, e gritava-me, ordenando aos espíritos malignos que abandonassem o meu corpo. Agora, já não acredito em demónios. Tornei-me agnóstica. Nunca mais entrarei numa igreja. Senti-me violada emocionalmente.»

Outra vítima de um «ministro da libertação» foi uma mulher de 50 anos, exorcizada por leigos duas vezes por semana durante quase um ano, tudo com a aprovação do vigário local. «Fizeram-me uma verdadeira lavagem ao cérebro. Só podia ver certos programas de televisão e ler certos livros, pois caso contrário, tal como me disseram, receberia demónios dessas coisas.» A mulher teve um colapso e passou cinco semanas num hospital."

 

História do sobrenatural

Karen Farrington

publicado por bonecatenebrosa às 13:08
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Sexta-feira, 7 de Dezembro de 2007

6.ª Sobrenatural - "Uma mulher voluntariosa"

"A jovem que servia como soldado no Exército Vermelho da Rússia sentia-se enfastiada. Enquanto combatia na frente, com a idade de 14 anos, fora ferida pelo estilhaço de uma granada alemã nos finais da II Guerra Mundial. A sua recuperação estava a tornar-se extremamente lenta.

«Estava um dia muito aborrecida e irritada - recordou mais tarde Ninel Kulagina - Dirigi-me a um guarda-louça, quando subitamente um jarro de deslocou até à beira da prateleira, caiu e se fez em pedaços.»

Outros factos similares se verificaram - portas que se abriam e fechavam e louça que se movia sobre as mesas, tudo sem qualquer intervenção humana visível. A princípio, Ninel pensou nos Poltergeister, espíritos travessos que, por vezes, atormentam os seres humanos, especialmente jovens adolescentes. Mas sentia que a força que fazia mover os objectos procedia de si mesma, e não de qualquer elemento exterior.

Começou a praticar a concentração e assim aprendeu a aplicar o seu poder. Um dos primeiros cientistas cujo interesse despertou foi Edward Naumov. Esvaziou sobre um banco uma caixa de fósforos e a jovem apertou as mãos uma de encontro à outra sobre eles, tremendo com a tensão. De súbito, todos os fósforos se moveram conjuntamente para a extremidade do banco, caindo depois no chão um a um.

Seguiram-se muitas outras experiências e produziram-se mais de 60 filmes mostrando Ninel em acção. Na experiência porventura mais notável que foi filmada foi partido um ovo cru para o interior de um recipiente de vidro contendo uma solução salina. Por meio de uma concentração intensa, a jovem separou a clara da gema e bateu-as à parte, embora se encontrasse a mais de 1 metro de distância do recipiente.

Os instrumentos ligados a Ninel revelaram que a jovem se encontrava sob considerável tensão emocional e mental.

O Dr. Genady Sergeyev, que dirigiu a experiência, mediu também a intensidade do campo electrostático que a rodeava. No momento em que a jovem começou a separar a clara da gema, o campo começou a oscilar à razão de 4 ciclos por segundo.

O Dr. Sergeyev deduziu que essas vibrações actuavam como ondas magnéticas. «No momento em que se produzem, essas vibrações de ondas magnéticas determinam que o objecto sobre o qual Ninel se concentra actue como se tivesse sido magnetizado, mesmo sendo antimagnético - declarou ele. - Assim ela consegue atrair ou repelir o objecto em questão.»"

 

O grande livro do maravilhoso e do fantástico

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Observação: No final da guerra, tendo uma miúda com poderes telecinéticos que podia re-direccionar balas, bombas, granadas, aviões, navios e tanques, andam a brincar às casinhas, a separar a gema do ovo? Tansos! E porque raio é que dizem que ela era voluntariosa? Puseram-na a cozinhar à distância para os outros feridos? Ai ai...

publicado por bonecatenebrosa às 11:28
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Sexta-feira, 30 de Novembro de 2007

6.ª Sobrenatural - "Uma batalha retida no tempo"

"Imediatamente antes do amanhecer do dia 19 de Agosto de 1942, tropas canadianas e inglesas atacaram o porto de Dieppe, na Normandia, ocupado pelos alemães, num ensaio a grande escala do Dia D. Foi uma ataque através do qual os aliados aprenderam muito, mas a um custo terrivelmente oneroso. De um total de 6086 homens que desembarcaram, 3623 foram mortos ou feridos. Nove anos depois, a 4 de Agosto de 1951, imediatamente antes de romper o dia, duas inglesas que passavam as férias nas proximidades de Dieppe foram acordadas pelo som de artilharia. Durante as três horas seguintes ouviram uma repetição misteriosamente exacta dos acontecimentos ocorridos 9 anos antes, como se a batalha tivesse ficado retida no tempo. O seu relato foi confirmado pelos registos militares.

As duas mulheres, que eram cunhadas, encontravam-se em Puys, uma aldeia à beira-mar próxima de Dieppe, que constituíra um dos 3 pontos de desembarque durante o assalto.

Comparam-se a seguir a descrição da batalha ouvida pelas mulheres no dia 4 de Agosto de 1951 e os registos oficiais dos Aliados.

Ninguém mais na área ouviu algo de estranho. Embora as mulheres tivessem lido relatos da batalha, uma investigação conduzida em 1952 pela British Society for Psycchical Research (Sociedade Britânica de Pesquisas Psíquicas) considerou que «a experiência deve ser classificada como uma genuína experiência psíquica».

[Aquilo que as mulheres ouviram] - Cerca das 4 horas: gritos de homens, «como que sobrepondo-se a uma tempestade», sons distintos de fuzilaria e bombardeamentos progressivamente mais fortes; 4h50m: silêncio súbito; 5h07m: vagas de ruído intenso - especialmente de bombardeiros - e alguns gritos débeis ao fundo; 5h40m: de novo silêncio; 5h50m: ruído de grande número de aviões, com um fundo de ruídos menos intensos; 6h: cessa todo o ruído; 6h25m: mais gritos, que enfraquecem gradualmente; 6h55m: silêncio ininterrupto.

[Aquilo que aconteceu de facto] - 3h47m: navios de assalto aliados travaram tiroteio com navios alemães. As tropas que reforçavam as defesas na praia trocavam provavelmente instruções em altos brados; 4h50m: hora 0 para o desembarque de tropas em Puys. A operação atrasara-se 17 minutos, pelo que o tiroteio poderá ter cessado neste momento; 5h07m: barcaças de desembarque chegam à praia em Puys sob intenso tiroteio. Depois os contratorpedeiros borbardearam Dieppe com granadas, enquanto a aviação atacava os edifícios do litoral; 5h40m: bombardeamento naval interrompido; 5h50m: chegaram reforços aéreos aliados, que travaram combate com a aviação alemã; 8h30m: repelido o ataque, com terríveis perdas aliadas. Os sobreviventes renderam-se."

 

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Sexta-feira, 23 de Novembro de 2007

6.ª Sobrenatural - "A professora que duplicava a sua própria imagem"

"Quem afirma a impossibilidade de se estar simultaneamente em dois locais poderá ser dissuadido desta convicção se conhecer o caso de Madame Sage . Sendo professora, utilizava frequentemente a sua capacidade de duplicação durante as aulas.

Quando trabalhava num colégio feminino na Livónia , Russia , no ano de 1845, tornou-se notado o facto de que parecia haver realmente duas Mesdames Sage . Uma, por exemplo, estaria sentada em frente dos alunos, enquanto a outra estaria a escrever no quadro. Duas alunas viram-na uma vez sentada na aula e simultaneamente a apanhar flores no jardim. As misteriosas duplicações não foram observadas apenas pelas suas alunas, eventualmente demasiado imaginativas. Uma amiga que lia um dia para a professora, que uma constipação retivera na cama, viu-a simultaneamente a passear pelo quarto.

Decorridos aproximadamente 18 meses os comentários tornaram-se notados pelos directores da escola, que a interrogaram sobre o facto. A professora confessou que, por meio de força de vontade, conseguia projectar uma imagem de si própria. Descobrira que o ardil se revelava de grande utilidade para manter a disciplina, pois permitia-lhe vigiar a aula, mesmo encontrando-se de costas para a classe. Mas os directores, a quem tal capacidade não agradou, despediram-na - o que, segundo mais tarde confessou, não se verificava pela primeira vez."

 

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Observações - 1) O que me parece mais sobrenatural aqui é a professora, podendo duplicar-se, andava a usar esse poder para apanhar flores no jardim quando podia ir atormentar a Ministra da Educação e ter todos os alunos a servirem de alibi; 2) Se a imagem da professora podia andar a passear pelo quarto quando ela estava doente, para que é que ela precisava da amiga para lhe ler os livros? Bastava mandar a sua imagem fazer a leitura; 3) Porque motivo é que ela confessou? Devia ter chamado o advogado e só falava na presença dele. Nunca se deve substimar o poder da negação!

publicado por bonecatenebrosa às 12:06
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Sexta-feira, 16 de Novembro de 2007

6.ª Sobrenatural - "A vingança de Fisher"

"Numa noite sombria de Inverno no ano de 1826, James Farley, um respeitável agricultor de Cambelltown, Nova Gales do Sul, passava perto de uma casa pertencente a um homem de nome Frederick Fisher quando viu, sentada numa vedação, uma figura que apontava para um local na cerca do referido Fisher. O aspecto da figura era de tal modo sinistro que Farley fugiu, convencido de que vira um fantasma.

Fisher era um antigo condenado a quem fora outorgada a liberdade condicional e que se tornara um fazendeiro próspero. Algum tempo antes de ter sido preso por dívidas, transferira todos os seus bens para o nome de outro ex-condenado seu amigo, chamado George Worrall, a fim de impedir que fossem rateados pelos seus credores. Após 6 meses de prisão, regressara, súbita e inesperadamente.

No dia 26 de Junho de 1826, alguns meses antes de o fantasma ter surgido a Farley, Fisher fora visto a sair de uma taberna de Cambelltown, onde bebera abundantemente, e não voltou a aparecer. Worrall fez circular a história, perfeitamente aceitável, de que Fisher regressara a Inglaterra no navio Lady Vincent. Porém, decorridos 3 meses após o desaparecimento de Fisher, as autoridades começaram a suspeitar da perpetração de um crime e colocaram um anúncio na Sidney Gazette oferecendo uma recompensa de 20 libras pela descoberta do corpo de Fisher.

Worrall foi interrogado pela polícia porque fora visto a usar umas calças que se sabia que haviam pertencido a Fisher. Decidiu então acusar outros 4 homens de terem assassinado o seu amigo, declarando peremptoriamente que os vira cometer o crime. A história, obviamente inverosímil, aumentou as suspeitas alimentadas pela polícia, que prendeu Worrall.

Foi por esta altura que Farley viu o fantasma. A instâncias suas, um polícia dirigiu-se à cerca, acompanhado por um batedor aborígene. Encontrou vestígios de sangue humano numa determinada vedação e, no preciso local indicado pelo fantasma, descobriu o corpo de Fisher, selvaticamente agredido, enterrado numa cova pouco profunda.

Worrall foi condenado pelo assassínio e, antes de ser executado, confessou a um sacerdote que matara Fisher, embora declarasse que desferira a pancada acidentalmente."

 

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Sexta-feira, 9 de Novembro de 2007

6.ª Sobrenatural - "Philip - Um fantasma feito pelo homem"

"Fantasmagóricos sons de pancadas e o derrube de mesas pesadas eram considerados obra de espíritos pelos espiritistas do século XIX. Alguns parapsicólogos modernos, porém, tendem a suspeitar da intervenção da mente inconsciente em tais ocorrências. E a fim de estudar a potencial influência da mente sobre objectos inanimados, um grupo formado pela Sociedade de Pesquisa Psíquica de Toronto, Canadá, iniciou uma experiência notável. Nos primeiros anos da década de 70, o grupo de 8 membros inventou uma figura inexistente do passado, após o que envidou todos os esforços com vista a fazer o fantasma inventado manifestar-se.

Na sua introdução a Conjuring Up Philip, o conselheiro científico do grupo, Dr. A. R. G. Owen, membro do Departamento de Medicina Preventiva e Bioestatística da Universidade de Toronto e investigador psíquico em vias de se especializar em casos de Poltergeist, escreveu: «Era essencial para o objectivo que eles se propunham que Philip fosse uma personagem totalmente fictícia. Não apenas um produto de imaginação, mas declarada e obviamente irreal, com uma biografia cheia de erros históricos».

Um dos membros do grupo, identificado apenas como Sue, mãe de 3 rapazes e antiga enfermeira nas Forças Armadas Canadianas, foi encarregado de forjar a história básica da vida de Philip. Escreveu ela: «Philip era um aristocrata inglês que viveu em meados do século XVII, no tempo de Oliver Cromwell. Fora partidário do rei e era católico. Estava casado com uma mulher bela, mas racional e frígida, Dorothea, filha de um nobre vizinho. Um dia, quando cavalgava junto aos limites das suas propriedades, deparou-se a Philip um acampamento de ciganos, entre os quais ele viu uma bela cigana de olhos escuros e cabelo negro de azeviche, Margo, pela qual imediatamente se apaixonou.

«Trouxe-a secretamente e instalou-a na casa junto ao portão, perto dos estábulos de Diddington Manor - a sua residência familiar. Durante algum tempo manteve secreto o seu ninho de amor, mas finalmente Dorothea suspeitou do que se passava, descobriu Margo e acusou-a de bruxaria e de lhe roubar o marido. Philip, demasiado receoso de perder a sua reputação e as suas posses, não ousou depor em tribunal em defesa de Margo, a qual foi condenada por bruxaria e queimada na fogueira. Subsequentemente, Philip, dominado pelos remorsos de não ter tentado defender Margo, criou o hábito de percorrer a passos largos, deseperado, as muralhas de Diddington. Finalmente, uma manhã, o seu corpo foi encontrado na base das muralhas, do cimo das quais se lançara num gesto de agonia e remorso.»

Embora exista um lugar chamado Diddington Hall no Warwickshire, Inglaterra, Philip era uma personagem inteiramente fictícia.

Os membros do grupo memorizaram os dados biográficos fictícios sobre Philip, elaboraram ainda outros pormenores, estudaram o período durante o qual ele supostamente vivera e adquiriram mesmo fotografias do verdadeiro Diddingnton Hall e da região campestre que o rodeia. Procuraram criar «uma alucinação colectiva» de Philip, descrevendo o seu aspecto, preferências alimentares e «especialmente os seus sentimentos para com Dorothea e Margo», até terem criado um quadro mental completo dele ao qual todos poderiam referir-se.

Durante meses a fio as 5 mulheres e os 3 homens que integravam o grupo envidaram todos os esforços para invocar o espírito fictício que haviam criado. Sentados em círculo, em redor de um desenho do seu pretenso fantasma, meditaram na sua imagem.

A primeira manifestação do fantasma recebida pelo grupo foi uma pancada na mesa mais sentida do que ouvida; todos os presentes notaram uma vibração. Seguiram-se várias pancadas curtas e secas, como se alguém tivesse batido na mesa. Inicialmente os participantes suspeitaram que as pancadas haviam sido inadvertidamente provocadas por eles próprios.. Quando, porém, a mesa começou a mover-se pelo soalho de uma forma irregular e aparentemente sem objectivo, começaram a interrogar-se entre si. Finalmente, um membro do grupo perguntou: «Será Philip o responsável por estas ocorrências?» Como resposta ouviu-se uma pancada muito sonora. Tudo parecia indicar que, finalmente, o fantasma imaginário chegara.

Formulando perguntas e aceitando uma pancada como uma resposta afirmativa e duas como uma resposta negativa, o grupo em breve estabelecia um diálogo relativamente rápido com a entidade que aparentemente conjurara. A bizarra aventura depressa adquiriu novas dimensões: um quarto da casa foi reservado a Philip, e a personalidade fantasmagórica foi aceite como uma entidade distinta que patenteava gostos e aversões, tinha opiniões abalizadas sobre alguns assuntos e menos seguras sobre outros.

Quando se perguntou a Philip se a sua mulher, Dorothea, se recusava a ter filhos, ouviu-se a madeira a ser arranhada. Um dos membros do grupo sugeriu: «Talvez ele esteja a tentar dizer-nos que estamos a abordar assuntos demasiado pessoais. Talvez ele não queira discutir todos estes pormenores íntimos». Em resposta ouviram-se umas sonoras pancadas afirmativas.

Mrs. Owen e Sparrow notaram que «as pancadas e os movimentos da mesa pareciam intimamente relacionados, se não de facto suscitados, pelo conhecimento, pensamentos, vontade, disposição e poder de concentração de cada membro do grupo». Se o grupo concordava com a resposta à pergunta, a pancada afirmativa era rápida e sonora; quando alguns dos membros alimentavam dúvidas, as pancadas eram mais hesitantes.

À medida que se descontraíam e começavam a apreciar os seus encontros com Philip, os investigadores começaram a reagir como se ele fosse de facto outro membro do grupo. Arreliavam-no, brincavam e namoriscavam com ele. Quando, porém, advertiram Philip de que se ele não respondesse «nós podemos mandar-te embora e arranjar outro», as pancadas cessaram e foi difícil restabelecer a comunicação. No entanto, por fim, as pancadas e os movimentos da mesa continuaram; segundo os relatos, a mesa precipitava-se em direcção aos retardatários, prendendo ocasionalmente membros do grupo num canto da sala.

Em resumo, os investigadores haviam sido bem sucedidos para além das expectativas, embora nenhum compreendesse como nem porquê. Tal como Mrs. Owen afirmou: «Compreendemos e provámos claramente que não existe qualquer espírito por detrás das comunicações; as mensagens provêm do subconsciente do grupo, mas é sobre a força física que precisamos de saber mais»."

 

Fronteiras do desconhecido

Selecções do Reader's Digest

 

Observação: Fictícios ou não, os fantasmas não gostam de ser tratados como objectos e, nessas situações, amuam.

publicado por bonecatenebrosa às 13:22
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Sexta-feira, 2 de Novembro de 2007

6.ª Sobrenatural - "Halloween"

"À medida que o Inverno se aproximava, os supersticiosos celtas eram invadidos pelo medo. Se os deuses estivessem zangados, o sol poderia nunca mais voltar a brilhar. Simultaneamente, com o aumento das horas de escuridão, os espíritos dos mortos e os mais variados demónios ficavam livres para vaguear sobre a terra. Foi contra este ambiente de medo que, há cerca de dois mil anos se desenvolveu uma celebração especial, destinada a proteger e a alimentar, o Halloween.

Na Bretanha céltica o Inverno durava desde 1 de Novembro a 30 de Abril e o Verão iniciava-se no dia 1 de Maio. O fim do Verão era oficialmente a 31 de Outubro, um dia de festa dedicado a Samhain, o Senhor dos Mortos. Eram acendidas fogueiras que não só ajudavam as comunidades a libertar-se do lixo, como também simbolizavam a renovação da terra e afastavam os mortos das casas dos vivos. As cabeças de gado em excesso, que não poderiam ser alimentadas durante os meses do Inverno, eram abatidas e forneciam alimento a toda a gente. Os ovinos eram acasalados para garantirem os rebanhos do ano seguinte. No auge das festividades, os rapazes acendiam tochas nas fogueiras e corriam pelas aldeias para afugentarem os espíritos malignos.

O elemento mais macabro nas celebrações do Samhain era o sacrifício de animais, ou até de humanos, dentro de uma jaula de verga. Os druidas adivinhavam então o futuro observando as contorções das vítimas quando estas eram atiradas ao fogo.

No Outono, os romanos tinham um festival denominado Feralia, que honrava os que haviam falecido recentemente, bem como a festa de Pomonia, um tributo à deusa dos frutos, durante a qual as maçãs e as nozes eram utilizadas em jogos divertidos, pelo que a festa do Samhain, durante a ocupação romana, acabou por também ser colorida por essas tradições.

A força dessas celebrações, com uma tradição de séculos, não podia ser ignorada pela igreja. Os seus anciãos decidiram não tentar destruí-as e preferiram adaptá-las. No ano de 834 d.C. o Dia de Todos os Santos passou de 13 de Maio para 1 de Novembro, pelo que o dia 31 de Outubro passou a denominar-se «All Hallows' Eve» (Véspera de Todos os Santos).

No ano de 988, a igreja institui o dia 2 de Novembro como Dia de Finados e os pagãos foram incitados a rezar pelos mortos em vez de rezarem aos mortos. Isto significava que os santos passavam em grande parte a substituir todo um espectro de espíritos. Apesar disso, a tradição do «Halloween» continuou a existir na Europa. Sir James Frazier, um autor do século XIX que escrevia sobre o oculto, disse a respeito do «Halloween»: «Era a época do ano em que se supunha que as almas dos falecidos visitavam as suas antigas casas a fim de se aquecerem junto ao fogo e de se reconfortarem com a alegria que os afectuosos familiares lhes transmitiam na sala ou na cozinha. Era talvez natural pensar que a aproximação do Inverno expulsasse os pobres, trémulos e esfomeados fantasmas dos campos e dos bosques já sem folhas, empurrando-os para o abrigo das casas, com as suas lareiras familiares».

Foi esta a origem da conhecida tradição americana - para aí levada pelos imigrantes irlandeses e escoceses - do «Halloween», em que as crianças pedem guloseimas e ameaçam com partidas aqueles que não lhas derem. Na altura, a finalidade era vestirem-se como espíritos para ganharem a comida destinada aos mortos. Esta tradição tem o equivalente em Portugal no «pão por Deus» do dia 1 de Novembro.

A lenda de «Jack», nome dado à tradicional abóbora iluminada por dentro, fala de um ferreiro que fez um pacto com o diabo. Durante 7 anos, Jack seria o melhor ferreiro do mundo mas a seguir teria de entregar a sua alma a Satã. Porém, antes dessa data, Jesus e S. Pedro visitaram a sua forja e ofereceram-lhe 3 desejos. Para grande horror de S. Pedro, o primeiro desejo do ferreiro não foi a entrada no céu, mas sim o poder de manter alguém preso a uma árvore próxima durante 7 anos. O segundo e terceiro desejos foram semelhantes, mas a vítima deveria ficar confinada respectivamente a uma cadeira e uma bolsa durante um período de tempo semelhante. Quando o Diabo apareceu para lhe levar a alma, Jack fê-lo trepar à árvore, sentar-se na cadeira e encolher-se para caber na bolsa... até fazer fugir o espírito maligno.

Quando Jack morreu, foi rejeitado por S. Pedro e pelo Diabo, ficando condenado a vaguear pela Terra segurando o nabo que estivera a comer, recheado com um carvão ardente retirado do Inferno".

 

Karen Farrington

História do sobrenatural

 

Agora digam-me cá se aqueles desejos que o Jack pediu têm algum jeito? Pedir para ser o melhor ferreiro do mundo? Mas que pedido da tanga! E Jesus e S. Pedro andam por aí a oferecer 3 desejos como se fossem o génio da lâmpada? Cambada de desocupados! Mais uma vez, os desejos do Jack são profundamente idiotas... Porque é que ele não pediu o direito a mais desejos? Ou a destruição do Diabo, que assim nunca o iria buscar? Ou outra coisa qualquer que fizesse mais sentido? Não admira que tenha ficado com cabeça de abóbora. Devia era ter ficado com um grande melão!

E, já agora, a entrada no céu é assim? Pede-se um desejo ao S. Pedro e já está? A seguir pode-se fazer toda a merda possível e imaginária que no fim vai-se para o céu? Bonito...

publicado por bonecatenebrosa às 12:27
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Sexta-feira, 26 de Outubro de 2007

6.ª Sobrenatural - "Combustão humana espontânea"

"Em 6 de Janeiro de 1980, John Heymer, um funcionário da polícia a trabalhar no CID de Gwent, foi chamado a um incêndio numa casa de Ebbw Vale, onde deparou com a parte inferior das pernas de Henry Thomas, de 73 anos de idade. O resto do corpo fora reduzido a uma pilha de cinzas.

Heymer ficou perplexo. Os fogos mais violentos que testemunhara anteriormente deixavam muitos mais vestígios do que aquilo. As chamas deviam ter sido ferozes... mas a carpete e tapete onde a vítima ardera nem sequer estavam chamuscados fora dos limites do corpo. Concluiu que o corpo do homem devia ter contido pelo menos 45 litros de água e que as roupas incendiadas deveriam ter sido a causa da tragédia.

Contudo, o relatório do patologista concluiu que «o centro do fogo foi o próprio corpo.» Iniciara-se no abdómen - quando a vítima ainda estava viva - e avançara para o exterior. Depois de se reformar da polícia, Heymer lançou-se num estudo sobre casos recentes de combustão humana espontânea.

Acabou por se convencer que o «efeito de vela», em que o corpo humano arde como um pavio incendiado por uma faísca externa e que era verdadeiramente considerado como a causa para a combustão humana espontânea, não passava de uma falsidade. Concluiu que, nos cinco casos que investigou, «as chamas foram ferozes e alimentadas a gás».

Um dos melhores documentados casos de combustão humana espontânea foi o da Sr.ª Mary Reeser, de 67 anos, que morreu no seu apartamento em St. Peterburg, Flórida.

Quando a senhoria entrou no apartamento com a ajuda de dois operários, todos sentiram um calor intenso. Para seu grande horror, depararam com os restos da Sr.ª Reeser.

O calor reduzira-lhe o crânio às dimensões de uma bola de basebol, o pé esquerdo estava intacto, mas ardera pelo tornozelo. No pé, sem ter sido tocado pelo fogo, havia uma chinela de cetim. Aparentemente, a Sr.ª Reeser encontrava-se no seu cadeirão quando o fogo começara. O cadeirão estava completamente destruído mas um jornal, junto do corpo, continuava perfeitamente intacto.

O inquérito concluiu que a temperatura das chamas devia ter atingido os 1730 graus centigrados, mas o fogo não se alastrara mais do que alguns centímetros em volta do corpo.

Um notável antropólogo e especialista em medicina legal, o Dr. Wilton Krogman, da Faculdade de Medicina da universidade da Pensilvânia, afirmou: «Considero que se trata da coisa mais espantosa que jamais vi. Quando penso no assunto, sinto os pêlos da nuca a porem-se em pé. Se vivessemos na Idade Média... murmuraria qualquer coisa a respeito de magia negra.»"

 

História do sobrenatural

Karen Farrington

publicado por bonecatenebrosa às 10:57
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Sexta-feira, 19 de Outubro de 2007

6.ª Sobrenatural - "Tiros na noite"

"Apesar de ser raro, os fantasmas podem ser mortíferos. Um espírito malevolente assombrou o n.º 50 de Berkeley Square, em Londres, e provocou várias vítimas. Tanto os sucessivos proprietários como os vizinhos ficavam alarmados com os estrondos e pancadas provocados pelo fantasma, que começaram a ouvir-se depois da morte, em 1827, de um dos ex-proprietários, o primeiro-ministro britânico George Canning.

O aristocrata Sir Robert Warboys garantiu que passaria uma noite no quarto mais assombrado da casa, no primeiro andar. Tratou-se de uma causa célebre entre os seus amigos, pelo que todos se reuniram na casa naquela noite. Armado com uma pistola e com uma sineta para pedir ajuda, retirou-se para a cama às 11:45, afirmando: «Meus caros amigos, estou aqui para provar que não há fantasmas, pelo que este vosso pequeno alarme não irá ser preciso. Desejo-vos uma boa noite».

Apenas quinze minutos depois, a sineta tocou loucamente. Antes de alguém lá conseguir chegar, também se ouviu um tiro. Os cavalheiros ali reunidos precipitaram-se para o quarto e encontraram Warboys morto, na cama, com o rosto contorcido de horror. Disparara a arma contra o que quer que fosse que o enfrentara, mas sem resultado.

Em 1878, houve outro nobre que decidiu dormir no mesmo quarto assustador. Lorde Lyttleton levou consigo duas armas, uma das quais carregada com moedas de prata de seis pennies, que eram consideradas um amuleto contra o diabo. Quando o espectro se aproximou, disparou as moedas e a aparição desapareceu. O incidente levou-o a investigar a história da casa e descobriu que, para além de Warboys, também outras duas pessoas haviam morrido ali, aparentemente após uma visita do fantasma.

A fatalidade final teve lugar em 1887. Dois marinheiros, Edward Blunden e Robert Martin, do HMS Penelope, descobriram-se na nevoenta Londres, na noite de Natal, sem terem para onde ir. Uma tabuleta que dizia «Aluga-se» revelou-lhes que o n.º 50 de Berkeley Square estava vazio e entraram. Por acaso, foram parar ao quarto em que Warboys morrera. Martin adormeceu, mas Blunden sentiu-se cada vez mais nervoso. Deu uma cotovelada a Martin e acordou-o a tempo de poder ver uma negra aparição a entrar no quarto. Quando Blunden tentou agarrar numa arma, o fantasma foi direito a ele, o que permitiu que Martin se escapasse. O marinheiro correu até encontrar um polícia. Quando o par regressou à propriedade, descobriram o corpo de Blunden na base das escadas da cave, com o pescoço partido e os olhos muito abertos."

 

História do sobrenatural

Karen Farrington

 

Eu não podia deixar passar a oportunidade de dizer isto: a aristocracia britânica é composta por uma cambada de inúteis sem nada melhor para fazer do que andar a chatear fantasmas que, pelos vistos, só querem ficar descansadinhos nas suas casas. Se eu fosse fantasma também matava esses filhos da mãe!

publicado por bonecatenebrosa às 12:50
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Sexta-feira, 12 de Outubro de 2007

6.ª Sobrenatural - "Saltos na criação - anomalias"

"Pouco depois de ser descoberto em 1927 em Lubaantun, Honduras Britânicas, [o crânio de cristal reproduzido em baixo] tornou-se conhecido como o Crânio do Destino, e sucessivos relatos relacionaram-no com várias mortes inexplicáveis.

Para os observadores científicos, o mistério essencial do crânio é de carácter logístico: como apareceu ele no templo Maia de 1000 anos de idade onde foi encontrado? Esculpido numa peça única de raro cristal de quartzo, a cabeça (que apresenta 13 cm de altura e um peso superior a 5 kg) parece uma realização impossível para os Maias desaparecidos. Prismas ocultos na base e lentes polidas à mão inseridas nos olhos combinam-se para produzir uma luminescência ofuscante.

No entanto, os investigadores não descobriram quaisquer provas de que o crânio tivesse sido executado com utensílios modernos. De facto, a estrutura cristalina do crânio não foi respeitada aquando da criação do mesmo, o que elimina a hipótese de intervenção de qualquer lapidário moderno. Será o crânio uma fraude ou uma prova de que a tecnologia Maia estava consideravelmente mais avançada do que geralmente se supõe? Como muitas anomalias, o crânio suscita mais perguntas do que respostas.

Este crânio de cristal de quartzo (...), configuração feminina e afamado por possuir poderes sobrenaturais poderá ter servido como oráculo divino na cultura Maia, há mais de 1000 anos. Embora o exame da superfície exterior do crânio e da sua estrutura interna pareça confirmar a antiguidade da sua origem, o desenho do artefacto sugere conhecimentos de óptica inacreditavelmente avançados e uma extraordinária técnica de lapidação."

 

Fronteiras do desconhecido

Selecções do Reader's Digest

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Sexta-feira, 5 de Outubro de 2007

6.ª Sobrenatural - "Jack dos Saltos de Mola"

"Surgiu das neblinas da noite, dando saltos enormes, o super-homem que manteve uma nação dominada pelo terror durante mais de 60 anos.

A princípio, não passava de um boato. Não despertaram grande interesse as primeiras notícias, divulgadas por pessoas que transitavam por Barnes Common, na zona sudoeste londrina, que afirmavam ter visto um vulto aterrorizante que cruzava o seu caminho atravessando o espaço em grandes saltos. Mas os relatos persistiam, até que foram confirmados de forma pavorosa um ano mais tarde, em Fevereiro de 1838.

Jane Alsop era jovem e atraente. Vivia com duas irmãs e o pai numa ruela de Londres, em Bow, chamada Bearhind Lane. Ouvira falar do homem fantasma a que chamavam Jack dos Saltos de Mola, mas era demasiado sensata para acreditar em tais fenómenos.

Uma noite, porém, bateram violentamente à porta. Jane foi abrir. O homem que se encontrava junto ao portão, oculto pelas sombras da noite, voltou-se. «Sou da polícia - disse. - Pelo amor de Deus traga-me uma luz, pois apanhámos Jack dos Saltos de Mola aqui na rua.»

«Afinal de contas as histórias que se contavam eram verdadeiras», pensou Jane, presa de excitação, enquanto corria a buscar uma vela.

Porém, quando a entregou ao homem que se encontrava ao portão, ele agarrou-a pelo pescoço e enfiou a cabeça da jovem sob o braço. Depois, rasgou-lhe o vestido e arranhou-lhe o corpo. Ela gritou e conseguiu libertar-se. O homem perseguiu-a, agarrou-a pelo cabelo e arranhou-lhe a cara e o pescoço. Uma irmã de Jane, ouvindo-a gritar, correu para a rua e deu o alarme. Porém, antes que alguém o pudesse deter, Jack elevou-se a grande altura e desapareceu na escuridão.

Jane descreveu mais tarde o homem que a atacara aos magistrados de Lambeth. «Usava uma espécie de elmo e um fato branco muito justo, como um oleado. A sua cara era medonha, os olhos pareciam bolas de fogo. As mãos tinham grandes garras, e vomitava chamas azuis e brancas.»

Esta descrição foi numerosas vezes repetida nos anos seguintes. Os saltos, as chamas e os olhos infernais seriam sempre mencionados como pormenores identificativos da estranha personagem.

Lucy Scales, uma jovem de 18 anos, era irmã de um respeitável carniceiro de Limehouse. Acabara de sair, uma noite, de casa do irmão e dirigia-se para a sua com uma irmã quando, ao atravessarem a Green Dragon Alley, uma zona solitária, uma figura de elevada estatura, envolta numa capa, saltou das sombras. Lançou chamas azuis à cara de Lucy, cegando-a.

Durante as décadas de 1850 e 1860, Jack dos Saltos de Mola foi visto por toda a Inglaterra, especialmente nos Midlands.

Na década seguinte, as autoridades do Exército tentaram capturá-lo através de armadilhas, depois de várias vezes um homem saltar da escuridão, aterrorizando as sentinelas ao esbofeteá-las com uma mão gelada ou saltando sobre as suas guaritas. Habitantes de Lincoln, enfurecidos, dispararam contra ele na rua, numa noite de 1877. Como sempre, a personagem misteriosa, deu uma gargalhada e desapareceu.

Actualmente ainda, ignora-se completamente quem - ou o quê - era Jack. Durante algum tempo as suspeitas recaíram sobre o jovem e excêntrico marquês de Waterford. Mas, embora fosse um indivíduo turbulento da sociedade vitoriana, o Marquês Louco, como lhe chamavam, era inofensivo.

Os olhos infernais de Jack foram vistos pela última vez em 1904, em Everton, Liverpool - 67 anos depois das primeiras aparições em Barnes -, onde ele espalhou o pânico numa noite percorrendo as ruas aos saltos, pulando dos pavimentos para os telhados e destes para o chão. Quando alguns dos mais corajosos o tentaram encurralar, limitou-se a desaparecer misteriosamente na escuridão donde viera - e desta vez talvez para sempre."

 

O grande livro do maravilhoso e do fantástico

Selecções do Reader's Digest

 

Bom, agora a minha teoria. Primeiro, este sujeito devia ser escocês ou galês porque, podendo saltar à vontade para a Escócia ou o País de Gales, nunca fez tal coisa, preferindo continuar a atacar em Inglaterra e gostando de provocar as sentinelas do exército de Sua Majestade. Depois, tendo os escoceses o gosto de têm por whisky, não era difícil ele bafejar para uma vela e logo surgirem chamas, o que explica ele cuspir fogo. Tendo ele começado a atacar na década de 50 e, partindo do princípio que já era um homem feito, não admira que o número de ataques tenha diminuído por volta da década de 80: o sujeito já não tinha energia para aquelas cowboyadas e, possivelmente, até poderá ter partido a bacia (a osteoporose é danada). Não podendo andar por aí aos saltos, converteu-se no Jack, o Estripador, que cometeu os seus crimes em 1888. Mas isso implicava sangue e vísceras a mais e, vendo o fim da vida a aproximar-se, já com cerca de 70 anos, despediu-se em beleza com uma última aparição e depois, provavelmente, morreu.

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Sexta-feira, 28 de Setembro de 2007

6.ª Sobrenatural - "Precognição e presságio"

"A tragédia do Titanic, o transatlântico que se afundou em 14 de Abril de 1912 depois de chocar com um iceberg em pleno Atlântico, causando a perda de mais de 1500 vidas, é bem conhecida de todos.

Encontrámos uma história espantosamente semelhante no romance Futility, escrito 14 anos antes por Morgan Robertson, a respeito de um navio de grande prestígio que dava pelo nome de Titan e que, tal como o Titanic, era considerado como impossível de afundar. Foi igualmente vítima de um iceberg, os dois navios tinham dimensões notavelmente semelhantes, exactamente a mesma capacidade em passageiros... e nenhum deles possuía um número suficiente de salva-vidas.

O modo extraordinário como a arte imita a vida nos romances é bem conhecido dos estudiosos do paranormal e este caso foi apenas uma das muitas profecias, precognições e presságios ligadas ao Titanic. Uma mulher que observava a fatídica largada do Titanic a partir da sua casa na Ilha de Wight foi repentinamente invadida pelo pânico. «Vai afundar-se! Aquele navio vai afundar-se!» guinchou, para o espantado marido. «Faz qualquer coisa. És tão cego que vais deixar que se afoguem? Salva-os! Salva-os!» Passaram-se quatro dias antes da cena que vira com os olhos da mente se tornar numa realidade no Atlântico Norte.

Ao mesmo tempo, o psíquico V. N. Turvey predizia, a um amigo, que o navio iria ao fundo e que a catástrofe era iminente. O passageiro Colin MacDonald cancelou o seu bilhete para a viagem inaugural do Titanic por estar convencido de que iria haver um desastre. O banqueiro J. Peripont Morgan foi um dos vários que desistiram da viagem por se sentirem supersticiosos no que se referia à viagem inaugural de um navio. Antes de cancelar a sua passagem, o homem de negócios J. Connon Middleton sonhou duas vezes com um navio a afundar-se com todos os seus passageiros e tripulação.

O jornalista W. T. Stead estava bordo do Titanic. Tinham-se passado vinte anos desde que escrevera uma história a respeito de um transatlântico abalroado e afundado por um iceberg. essa história fazia parte da sua contínua campanha destinada a levar os construtores a incluírem um número suficiente de salva-vidas nos seus transatlânticos cada vez maiores. Insistiu nesse tema numa palestra que deu em 1910, ilustrando apaixonadamente o seu ponto de vista ao descrever-se a si mesmo como vítima de um naufrágio em águas geladas, gritando por socorro antes de deslizar para o fundo. Sem o saber, Stead descrevera graficamente o seu próprio destino."

 

História do Sobrenatural

Karen Farrington

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Sexta-feira, 21 de Setembro de 2007

6.ª Sobrenatural - "Poltergeists"

"Em 1990, uma família de Oklahoma que tentava escapar ao calor de uma noite de Junho saiu da sua abafada casa para o pátio, na esperança de que a brisa os refrescasse. No entanto, a noite foi perturbada quando a família se tornou no alvo de um fantasma lançador de pedras.

Partindo do princípio que se tratava de obra de brincalhões, Bill e Maxine McWethey, bem como a filha de 18 anos Twyla, e a filha mais nova, Desiree, voltaram para o interior furiosos com o ataque não provocado. Porém, a ira tornou-se em desespero e depois em medo quando as pedras continuaram a cair. A casa esteve sob cerco durante 24 horas, com as pedras a partirem os vidros das janelas.

A família vivia em Centrahoma e o xerife mais próximo ficava a cerca de 13 km, em Coalgate. Em vez de contactarem a polícia, os McWetheys aguentaram o tormento. Quando Bill espreitava as vizinhanças nunca conseguia ver sinais dos responsáveis pelas pedradas.

Os ataques prosseguiram esporadicamente durante os meses de Junho e Julho sem que o seu autor fosse identificado. Uma noite, cerca de 50 curiosos reuniram-se em volta da casa durante uma chuva de pedras. Uma testemunha espantada sugeriu que as marcassem com verniz de unhas e as atirassem de volta. Para surpresa de todos, as pedras foram devolvidas momentos depois. Outra pessoa lançou uma pedra marcada para um lago... e também essa foi atirada de volta.

Em Agosto, a polícia foi chamada pela primeira vez. Um guarda foi visitar a cena, mas ficou debaixo de fogo ainda antes de sair do carro patrulha. Enfrentou a barragem de pedras para procurar o responsável, mas não encontrou ninguém. Alarmado, saltou para o carro e afastou-se.

As munições mudaram, passando das pedras para as moedas e mais tarde para parafusos, pregos e outro bricabraque. Quando o Inverno chegou, a actividade continuou, mas agora no interior da casa. Dois jornalistas visitaram os McWetheys e testemunharam uma saraivada de pedras, que teve Twyla como principal alvo. Não precisaram de mais nada para se convencerem que havia ali um poltergeist em actividade.

Muito em breve, o poltergeist começou a emitir ruídos muito agudos e pareceu apresentar-se a si mesmo, no meio de uma confusão de sons metálicos, como sendo Michael Dale Sutherland. O seu comportamento imprevisível atormentou a família. Pintou os periquitos, servindo-se de corantes alimentares, arrancou lençóis das camas, escrevinhou símbolos nos espelhos com batom e disse à infeliz Twyla que era um alienígena deixado ficar para trás por uma missão vinda de Saturno. Porém, de acordo com a Sra McWethey, «Ele é um grande mentiroso».

Um poltergeist é um fantasma tumultuoso e malicioso que em geral está associado a pessoas e não a lugares. Pode ser muito desagradável. A designação poltergeist provém de duas palavras alemãs, «poltern», que significa «batida» e «geist», que significa «espírito»."

 

História do Sobrenatural

Karen Farrington

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Sexta-feira, 14 de Setembro de 2007

6.ª Sobrenatural - "Um perfume de violetas"

"Empenhado em subjugar os ferozes Zulus, o exército inglês invadiu a Zululândia em 1879. A campanha começou com o aniquilamento completo de uma coluna britânica em Isandhlwana - tragédia que nem mesmo a defesa heróica de Rorke's Drift conseguiu evitar.

Foram rapidamente enviadas tropas de reforço de Inglaterra, nas quais seguiu incorporado o príncipe imperial de França, o filho único do exilado Napoleão II e da antiga imperatriz Eugénia.

O jovem príncipe, estritamente proibido de correr riscos desnecessários, foi autorizado a incorporar-se numa coluna da vanguarda.

Ao cair numa emboscada armada pelos Zulus, o cavalo do príncipe encabritou-se e arremessou-o ao chão. Os Zulus aproximaram-se, com as lanças em riste, e mataram o príncipe e os dois oficiais que o acompanhavam.

No dia seguinte, os três foram sepultados juntos. Um ano depois, a rainha Vitória autorizou Eugénia a visitar a Zululândia e a recuperar o corpo do filho.

A erva e os arbustos que cobriam o monte de pedras que assinalava a sepultura dificultavam a sua localização. De repente, Eugénia exclamou: «Cheira-me a violetas - foram sempre a sua flor preferida.» E correu, sem qualquer hesitação, até um determinado ponto, descobrindo de facto a sepultura do filho."

 

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Sexta-feira, 7 de Setembro de 2007

6.ª Sobrenatural - "O pesadelo de Borodino"

"Quando os exércitos de Napoleão avançavam sobre a Rússia, em 1812, a mulher de um general russo, o conde de Toutschkoff, sonhou que se encontrava no quarto de uma estalagem, numa cidade que não conhecia, quando seu pai entrou no aposento, trazendo pela mão o seu filho, criança ainda. Tristemente, contou-lhe que o marido fora morto pelos franceses. «A tua felicidade terminou - disse-lhe. - Ele morreu. Morreu em Borodino.»

Voltou a ter o mesmo sonho duas vezes e, finalmente, contou-o ao marido. Juntos examinaram vários mapas, mas não conseguiram localizar Borodino.

No dia 7 de Setembro de 1812, porém, os exércitos russos em retirada resolveram tentar recuperar e enfrentar os franceses numa aldeia chamada Borodino, 112 km a Oeste de Moscovo. Sofreram uma pesada derrota.

A condessa Toutschkoff e a família encontravam-se albergadas numa estalagem situada a escassos quilómetros apenas da frente da batalha, enquanto o seu marido comandava as tropas de reserva. Na manhã seguinte, o pai entrou-lhe no quarto conduzindo o neto pela mão.

«Ele morreu - balbuciou. - Morreu em Borodino.»"

 

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Sexta-feira, 31 de Agosto de 2007

6.ª Sobrenatural - "Uma voz na noite"

"Afirma-se que, ao soar a meia-noite, se ouve no centro da Cidade do México um grito arrepiante, que ecoa há mais de 4 séculos. A lúgubre voz pertence a uma mulher que se lamenta: «Oh, meus filhos, meus pobres, desgraçados filhos!»

É La Llorona (a mulher que chora), que com a roupa rasgada e manchada de sangue assombra a noite, chorando tragicamente a sua dor.

Segundo uma lenda mexicana que data de 1550, a voz pertence a D. Luísa de Olveros, uma hispano-índia de grande beleza que se tornou amante de um nobre, D. Nuño de Montesclaros, a quem amava profundamente e de quem teve 2 filhos, rezando pela chegada do dia em que se tornaria sua noiva.

Inexplicavelmente, porém, a assiduidade e a paixão de D. Nuño começaram a abrandar de modo inquietante.

Solitária e angustiada, Luísa decidiu finalmente, uma noite, reunir toda a sua coragem e dirigir-se à opulenta mansão da poderosa e influente família Montesclaros, na esperança de ver o seu amante e lhe pedir que voltasse.

Aí deparou-se-lhe uma festa sumptuosa, com que D. Nuño celebrava brilhantemente o seu casamento, que se realizara nesse mesmo dia, com uma espanhola de estirpe nobre.

Luísa correu para ele, desfeita em lágrimas e presa da maior angústia, mas o nobre espanhol afastou-a, afirmando friamente que, devido ao sangue índio que lhe corria nas veias, ela nunca se poderia ter tornado sua mulher.

Semilouca e possuída do mais profundo desespero, a jovem correu desvairadamente para casa, direita aos filhos, que assassinou com um pequeno punhal que lhe fora oferecido pelo amante.

Depois, saiu de casa, coberta de sangue, e precipitou-se aos gritos pelas ruas, até que foi presa e encarcerada numa cela. Foi condenada por feitiçaria.

O corpo de D. Luísa de Olveros, enforcada em público na Cidade do México, foi deixado balouçar como humilhação final, objecto de escárnio público durante 6 horas. Desde então, os gritos do seu fantasma têm ecoado pela Cidade do México. e assim continuarão, segundo diz a lenda, até ao fim dos tempos".

 

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Domingo, 26 de Agosto de 2007

6.ª Sobrenatural - A fotografia que faltava no post de 17 de Agosto

Pois é, o post dos "Fantasmas na fotografia" fica muito mais porreiro com a foto que acabei de pôr lá. Vão ver que vale a pena!
publicado por bonecatenebrosa às 14:24
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Sexta-feira, 24 de Agosto de 2007

6.ª Sobrenatural - "A jovem que foi chamar o médico"

"O Dr. S. Weir Mitchell, um emigrante neurologista do século XIX da cidade de Filadélfia, adormeceu na sua cadeira numa tarde de Inverno, depois de um exaustivo dia de trabalho no consultório.

Acordado pelo toque da campainha, abriu a porta e deparou-se-lhe uma jovem adolescente magra, com um xaile coçado lançado sobre os ombros e tiritando de frio, que lhe pediu encarecidamente que fosse ver a mãe que, segundo afirmou, se encontrava gravemente doente.

O médico seguiu-a ao longo das ruas da cidade cobertas de neve até uma casa velha, através de cujas escadas a jovem o conduziu.

Uma vez no quarto da enferma, o médico reconheceu a doente como uma antiga criada de sua casa. Diagnosticou uma pneumonia e mandou vir os remédios que considerou necessários. Acomodou a mulher o mais confortavelmente possível e, antes de a deixar, felicitou-a por ter uma filha tão dedicada.

Ao ouvir as palavras do médico, a mulher olhou-o, presa de estupefacção, e disse: «A minha filha morreu há um mês. Os sapatos e o xaile dela estão ali, naquele armário.»

O médico examinou o armário, onde encontrou o mesmo xaile que vira sobre os ombros da jovem que tocara à sua campainha. Estava dobrado e completamente seco e não podia ter sido utilizado nessa noite invernosa.

A estranha jovem que tão misteriosamente o conduzira até junto da paciente nunca mais apareceu."

 

O grande livro do maravilhoso e do fantástico

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publicado por bonecatenebrosa às 14:34
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Sexta-feira, 17 de Agosto de 2007

6.ª Sobrenatural - "Fantasmas na fotografia"

"A foto oficial do pessoal do serviço de transportes do HMS Daedalus, tirada no Verão de 1919, foi um assunto muito sério. Envergando os uniformes completos, os homens e mulheres da base de Cranwell, no Lincolnshire, permaneceram erectos e com expressões graves. Um deles, o mecânico de aviação Freddy Jackson, morrera apenas dias antes, naquela mesma pista onde agora posavam, depois de ter sido apanhado por uma hélice em funcionamento.

Contudo, quando a fotografia foi exposta numa parede da base, verificou-se um murmúrio colectivo. Na última fila, por trás do quarto homem a partir da esquerda, encontrava-se Jackson.

O incidente ficou registado num livro intitulado Flight Towards Reality, da autoria do Marechal-do-ar Sir Victor Goddard, um dos fundadores da RAF.

Sir Victor escreveu: «Lá estava ele, sem qualquer dúvida, embora a sua imagem fosse um pouco mais fraca do que as restantes. Na verdade, parecia lá não se encontrar inteiramente, ou seja, era como se não pertencesse ao grupo porque era o único sem chapéu e estava a sorrir. Todos os outros se mostravam muito sérios e usavam os bonés do uniforme».

«O que é algo invulgar, para não dizer outra coisa, era o facto de se tratar de uma fotografia oficial... o que nos garante que não houve brincadeira na câmara escura».

«O negativo foi investigado e concluiu-se que não fora manipulado». Uma das mulheres da base era Bobbie Capel, uma motorista da WREN (Woman's Royal Naval Service), que via Freddy Jackson regularmente quando conduzia de um lado para o outro entre o Daedalus e o serviço de manutenção de veículos.

A fotografia deixou-a tão perplexa que reviveu o mistério publicando-a em 1996, quando já tinha 97 anos.

A Sr.ª Capel afirmou: «Não admito a ideia de que se tratou de uma falsificação deliberada. Em primeiro lugar o fotografo veio de fora da base. Não conhecia nenhum de nós e foi-se embora logo que tirou a fotografia. Não podia ter sabido do acidente.»

«Também não compreendo como poderia aquele rosto ter aparecido por engano. Pensei no assunto durante anos e não consigo arranjar uma explicação... para além de se tratar da fotografia de um fantasma».

A Sr.ª Capel, que em 1917, com 18 anos, se juntou às WRENS como motorista, era uma das 20 mulheres estacionadas no HMS Daedalus. A base era responsável pelo treino de pilotos navais e servia de lar a cerca de 700 pessoas.

«Tenho 97 anos e a minha memória nem sempre é boa. No entanto lembro-me que no nosso grupo houve apenas esse acidente fatal durante os 18 meses que lá estive. Afectou-nos profundamente».

«Quando nos alinhámos para a fotografia, para comemorar a desmobilização do serviço de transportes, todos sabíamos que faltava ali um rosto familiar. Só mais tarde descobrimos que, na verdade, ele também lá se encontrava».

Os fantasmas são fotografados há cerca de 150 anos e o primeiro exemplo publicado surgiu em 1861 quando um joalheiro de Boston, William Mumler, tirou um retrato... e descobriu a imagem de uma pessoa morta ao lado da sua. Os rostos que apareciam nas fotografias começaram a ser conhecidos por «extras». O fotógrafo psíquico William Hope afirmou ter tirado mais de 2500 fotografias povoadas por «extras» ao longo de 20 anos.

Contudo, a credibilidade das fotografias de fantasmas tem sido seriamente abalada pelas inúmeras fraudes. No entanto, há um certo número delas que não podem ser explicadas por dupla exposição ou por manipulação dos negativos.

Entre os fantasmas alegadamente fixados em filme encontra-se a Dama de Castanho, de Raynham Hall, Norfolk. Trata-se de Dorothy Walpole, que usa um vestido de brocado castanho. Diz-se que não tem olhos. Noutro caso, em 1985, durante um jantar formal em St. Mary's Guildhall, Coventry, foi fotografada uma figura alta, semelhante a um monge, com um capuz a esconder-lhe o rosto, e foi fotografada uma outra a subir a escadaria Tulip na Queen's House, em Greenwich.

Estes são os acidentes fotográficos que acabam por causar sensação. No entanto, alguns psíquicos afirmam que são capazes de imprimir uma imagem num filme colocado no interior de uma câmara sem se servirem das lentes nem do obturador. A técnica foi descoberta no princípio dos anos de 1900, por Tomokichi Fukarai, presidente do Instituto Psíquico do Japão, que testou a clarividente Sr.ª Nagao colocando uma câmara dentro de um saco. Mais tarde, verificou-se que a placa do filme registara a actividade psíquica, o que levou Fukarai a inventar o termo «pensografia». Os crentes neste fenómeno pensam que talvez seja a «pensografia» - os pensamentos canalizados das pessoas a serem fotografadas - o que provoca as imagens vistas nalgumas fotografias de espíritos."

 

 

 

 

 

 Foto da Dama de Castanho

 

 

 

 

 

 

 

História do Sobrenatural

Karen Farrington

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Sexta-feira, 3 de Agosto de 2007

6.ª Sobrenatural - "Um aviso fantasmagórico"

"Na década de 1880, Lord Dufferin, embaixador inglês em Paris, encontrava-se de férias na Irlanda, na casa de campo de um amigo. Uma noite acordou subitamente de um sono profundo, inexplicavelmente sobressaltado.

Erguendo-se da cama, aproximou-se da janela e, à luz do luar, viu sobre a relva uma figura corcovada, cambaleando sob o peso de um objecto em forma de caixão. Dufferin saiu para o jardim e perguntou: «Que levas aí?»

O homem ergueu a cabeça debaixo da sua carga, e Lord Dufferin viu um rosto feio e engelhado que o repugnou vivamente. Quando perguntou ao homem para onde levava o caixão, a figura desapareceu misteriosamente, parecendo passar através do seu próprio corpo.

Na manhã seguinte, contou o sucedido ao seu anfitrião, mas este não conseguiu explicar-lhe a estranha aparição.

Alguns anos depois, na década seguinte, Lord Dufferin encontrava-se de novo em Paris, participando numa recepção diplomática no Grand Hotel.

No momento em que se preparava para entrar no elevador, juntamente com o seu secretário particular, Dufferin recuou e recusou-se a fazê-lo. O encarregado do elevador não era outro senão o homenzinho feio e engelhado que ele vira a transportar um caixão, anos antes, na propriedade do seu amigo na Irlanda.

O elevador subiu sem Lord Dufferin nem o secretário deste.

O embaixador dirigiu-se à recepção para se informar da identidade da estranha personagem.

No momento em que o elevador atingia o 5.º andar, o cabo partiu-se e aquele despenhou-se com um estrondo ensurdecedor, precipitando-se no fundo da caixa e matando todos os ocupantes.

As circunstâncias do acidente foram publicitadas pela imprensa e registadas pela Sociedade Britânica para as Pesquisas Psíquicas, mas o embaixador não conseguiu descobrir a identidade do encarregado do elevador que acabara por o salvar.

Nem a gerência do hotel nem os investigadores do acidente conseguiram encontrar qualquer indicação que lhes permitisse saber o nome do homem ou a sua procedência".

 

O grande livro do maravilhoso e do fantástico

Selecções do Reader's Digest

 

Agora um à parte maldoso. Releiam o "Desaparecimento enigmático" publicado em 30 de Junho e reparem como em 1889 também houve um acontecimento estranho num hotel em Paris. A situação que relato hoje aconteceu na década de 1890, também num hotel de Paris. Estranhas coincidências acontecem...

publicado por bonecatenebrosa às 13:35
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Sexta-feira, 27 de Julho de 2007

6.ª Sobrenatural - "Rostos de fantasmas no chão da cozinha"

"Numa manhã quente de Agosto de 1971, na aldeia de Bélmez, não muito longe da cidade de Córdova, no Sul de Espanha, encontravam-se sentados na cozinha de sua casa uma mulher já idosa e o seu neto, uma criança de tenra idade, quando este descobriu, excitadamente, uma nova e divertida brincadeira; esta «brincadeira» aterrorizou a anciã e tornou-se um profundo mistério para o qual muitos cientistas, apesar de todas as experiências, em número considerável, até agora realizadas, não foram ainda capazes de encontrar qualquer explicação natural e lógica.

A criança descobrira um rosto humano que espontaneamente se imprimira na tijoleira do pavimento - um rosto de expressão angustiada, de uma tristeza infinita. Nenhuma espécie reconhecível de pigmento formara a imagem, cujos olhos se dilataram e a expressão de tristeza se acentuou quando os proprietários da casa, receosos e perplexos, tentaram raspá-la.

Alarmado e confundido, o dono da casa arrancou a tijoleira e substituiu-a integralmente por cimento. Porém, decorridas 3 semanas, surgiu um novo rosto impresso no pavimento, cujos traços estavam ainda mais claramente definidos.

O fenómeno atingiu foros que ultrapassavam o alcance de gente simples de aldeia, pelo que se tornou necessária a intervenção das autoridades locais. Estas ordenaram que se removesse uma secção do pavimento onde as faces tinham aparecido e iniciaram um inquérito de carácter oficial. Procederam-se a escavações que revelaram as ruínas de um cemitério medieval.

Após a segunda aparição, surgiram uma terceira e uma quarta, seguidas do aparecimento simultâneo de uma série de rostos. A cozinha foi fechada e selada. Mais outras 4 faces, incluindo a de uma mulher, apareceram da mesma forma misteriosa noutra dependência da casa. Finalmente, desvanecidas estas, o fenómeno desapareceu tão inexplicavelmente como surgira.

Numerosos cientistas espanhóis e estrangeiros visitaram a casa durante o tempo que duraram as aparições. Mesmo os mais cépticos revelaram-se incapazes de provar que as imagens vinham de mão humana. A sua perplexidade aumentou ainda quando se procedeu à instalação na casa de microfones ultra-sensíveis.

Estes microfones captaram sons não audíveis pelo ouvido humano - vozes masculinas e femininas e gemidos dramáticos, que fonética e linguisticamente diferiam do espanhol actual.

Não surgiu ainda uma explicação satisfatória para o fenómeno. Os especialistas ventilam a hipótese de se tratar de um fenómeno de parapsiquismo, em consequência de práticas ocultistas eventualmente realizadas no local na Idade Média, que um dia fizeram da casa teatro de algum terrível acidente de consequências trágicas.

Estes são apenas dois dos misteriosos rostos de Bélmez; o da esquerda pertenceu provavelmente a uma mulher."

 

O grande livro do maravilhoso e do fantástico

Selecções do Reader's Digest

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Sexta-feira, 20 de Julho de 2007

6.ª Sobrenatural - "O rosto de uma megera ressequida"

"Quando a antiga anã de circo, Fanchon Moncare, foi presa por contrabando de jóias, os seus olhos percorreram o público presente no tribunal até fixar a mulher que a traíra. «Vou matar-te!» guinchou a minúscula Moncare antes de ser levada dali. Magda Hamilton olhou-a com malícia. Com a Moncare fora do caminho, estava livre para ir atrás do simpático jogador Dartney Crawley. A bizarra rivalidade entre as duas mulheres levara a Hamilton a tornar-se informadora da polícia.

Moncare e a sua associada, Ada Danforth, tinham montado repetidamente um golpe imprudente. O par viajava entre a França e Nova Iorque com a Danforth a fazer-se passar por guardiã da Moncare, que desempenhava o papel de uma bonita herdeira orfã.

Os passageiros dos transatlânticos que faziam esse percurso nos anos de 1870 ficavam encantados com os seus modos de rapariguinha... sem saberem que a boneca de porcelana a que se agarrava estava cheia de jóias roubadas que seriam vendidas em Nova Iorque logo que passassem a alfândega.

Fora apenas depois da denúncia da Hamilton que a alfândega resolvera investigar a boneca. Danforth apanhou 20 anos enquanto Moncare, já com condenações anteriores, apanhou prisão perpétua.

A Hamilton regressou à sua vida na sociedade dos cafés. Uma madrugada, alguns anos mais tarde e já divorciada, acordou para descobrir a Moncare aos pés da cama. Ainda estava vestida como uma criança, mas a anã exibia o rosto de uma megera ressequida. Hamilton escapou-se-lhe, fugindo para a casa de banho e fechando-se à chave durante o resto da noite.

Na manhã seguinte, quando comunicou o caso à polícia, informaram-na que a Moncare se enforcara na cela. Nessa tarde, Hamilton reservou uma cabina num navio que seguia para a Europa e que partia no dia seguinte.

Contudo, na manhã da viagem, os criados encontraram-na morta, na cama, com os olhos esbugalhados e sangue nos cantos da boca. Um médico legista concluiu que se afogara no seu próprio sangue depois de lhe terem introduzido um objecto pesado na boca. A arma do crime nunca foi encontrada. Porém, os investigadores ficaram intrigados com a descoberta, na boca da mulher, de vários cabelos da cabeça de uma boneca de porcelana".

 

História do Sobrenatural

Karen Farrington

publicado por bonecatenebrosa às 14:32
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Sexta-feira, 13 de Julho de 2007

6.ª Sobrenatural - "Sacerdotisa do Nilo"

"Nas margens do Nilo, perto de um antigo templo construído em honra do Deus Osíris pelo faraó Seti I, vive uma inglesa idosa, de nome Dorothy Eady, considerada morta aos 3 anos de idade, que está profundamente convencida de que renasceu como uma sacerdotisa egípcia.

Dorothy nasceu em 1903 no seio de uma família abastada de Londres Sul.

Posteriormente, porém, chamou-se a si própria Um Seti, a reencarnação de uma mulher que servira na corte do rei Seti. A sua estranha viagem ao passado distante, que descreveu em 1973, começou em criança, depois de ter dado uma queda numa escada, em consequência da qual foi declarada morta pelo médico da família. Quando este, que saíra em busca de uma enfermeira para amortalhar o corpo da suposta defunta, regressou, encontrou a criança viva e bem disposta.

Pouco depois, Dorothy começou a esconder-se sob as mesas e os móveis. Confundia os pais pedindo-lhes que a «levassem para casa». Um dia, foi com eles ao Museu Britânico onde, nas Galerias Egípcias, revelou um comportamento de louca.

Sem qualquer razão aparente, começou a beijar os pés das estátuas, agarrando-se aos sarcófagos e gritando, numa voz que a sua mãe descreveu como «estranha e antiga», que queria ficar «com o seu povo». Noutra ocasião, Dorothy viu uma fotografia do templo construído pelo faraó Seti I. Imediatamente declarou a seu pai que aquela era a sua «verdadeira» casa - convicção que nunca abandonou.

Dorothy afirmou que conhecera Seti, que considerava um homem bondoso e amável. À medida que as suas convicções se consolidavam, Dorothy começou a aprender a decifrar hieróglifos no Museu Britânico. Ao professor, a quem a sua facilidade em aprender os símbolos surpreendia, explicou que não estava a aprender uma língua nova, mas apenas a reaprender uma língua que esquecera.

Em 1930 Dorothy casou com um egípcio e foi viver para o Egipto. Chamou o seu único filho Seti e deu-se a si própria o nome de Um Seti - mãe de Seti.

Durante 20 anos trabalhou como assistente em pesquisas arqueológicas. Em 1952 fez a sua primeira peregrinação a Abydos, o local do templo de Seti e do túmulo do Deus Osíris.

Embora não soubesse ler o egípcio moderno, quando o combóio em que seguia parou junto a uma série de montes calcários, não teve qualquer dúvida de que chegara ao seu destino.

Dorothy descreveu a sua primeira visita ao templo como um «regresso ao lar». Em 1954 regressou a Abydos, onde se estabeleceu definitivamente. Ajudava a cuidar do templo e orava diariamente a Osíris - o que a converteu na única devota viva desta divindade.

Em 1973 obteve permissão dos conservadores do templo para, quando morresse, ser enterrada nos terrenos do templo, a que chamava a «sua casa».

Mas a crença na reencarnação não é de forma alguma um caso isolado. Muitas pessoas experimentam, em determinados momentos, a sensação de terem anteriormente realizado algum acto ou estado em algum local sem conseguirem explicar como nem quando.

Em 1956, durante uma sessão de 2 horas com o hipnoterapeuta Arnall Bloxham, de Cardiff, uma adolescente inglesa, Ann Ockenden, começou subitamente a falar de uma vida anterior, numa terra onde o povo se marcava com cicatrizes e ornava com dentes de animais.

Outra das clientes de Bloxham afirmava ser a filha de Carlos I e da rainha Henriqueta Maria. Embora esta mulher anónima não tivesse estudado História, descreveu pormenorizada e exactamente a corte do rei Luís XIV de França, onde ela e o seu «irmão» Carlos II tinham vivido no exílio.

Arthur Guirdham, um psiquiatra inglês, registou a história de uma mulher a que chamou a Sr.ª Smith.

Desde a sua adolescência, a Sr.ª Smith sonhava repetidamente com uma vida anterior em que fora mulher de um pregador francês da seita albigense do século XIII. Os albigenses, ou cátaros, eram uma seita herética cristã que a Inquisição perseguiu violentamente. Segundo a História regista, os pregadores e adeptos cátaros foram, na sua maioria, mortos durante um massacre. E o pesadelo mais pavoroso da Sr.ª Smith era o de ser queimada amarrada a um poste.

Embora nada soubesse sobre os cátaros, a Sr.ª Smith descreveu em 1944 os trajes que estes usavam como túnicas verdes ou azuis - o que corresponde à verdade."

 

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Selecções do Reader's Digest

 

Boa 6.ª feira 13 para todos e, se virem um gato preto a cruzar o vosso caminho não se metam com ele: é uma valente seca para o gato estar a aturar-vos e, se ele se chatear muito e for arisco, pode ser um azar para vocês. Por via das dúvidas, tenham exactamente as mesmas precauções se o gato for branco ou de qualquer outra cor. Os gatos agradecem!

Ah, e fiquem descansados com as escadas que elas estão em greve. Já pessei por baixo de uma escada hoje e ela não me caiu em cima. Posso afiançar que pelo menos aquela escada é segura.

publicado por bonecatenebrosa às 14:09
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Sexta-feira, 6 de Julho de 2007

6.ª Sobrenatural - "Os homens sabiam-se condenados"

"No dia 4 de Outubro de 1930, o orgulho da engenharia aeronáutica britânica, o dirigível R 101, deixou a Inglaterra na sua viagem inaugural, sem escala, para a Índia. As condições atmosféricas não eram favoráveis. Ao cruzar o Canal da mancha, o R 101 foi sacudido e fustigado por rajadas de vento, cuja intensidade aumentava. A visibilidade ficou reduzida a zero e o dirigível, deslocando-se a cerca de 300 metros de altitude, entrou em bumping, chegando a perder 60 a 90 metros de altura, que a tripulação só muito dificilmente recuperava. Às 2 horas e 30 da madrugada seguinte, a nave, em forma de charuto, despenhou-se na orla de um bosque perto de Beauvais, no Norte de França, e irrompeu em chamas.

Apenas 6 dos seus tripulantes e passageiros, instalados num compartimento em forma de gôndola sob o bojo do dirigível, escaparam. Morreram 48 pessoas.

Os 150650 m3 de hidrogénio que haviam erguido a aeronave, de 233 metros de comprimento, alimentaram as chamas, que atingiram 90 metros de altura.

O desastre provocou muitas especulações, inúmeros inquéritos e, finalmente, um relatório oficial. Mas, para além destes aspectos da tragédia, surgiu um outro, mais arrepiante ainda.

Os investigadores descobriram que, 5 anos antes, enquanto o dirigível se encontrava ainda na fase de projecto, Sir Sefton Brancker, director da Aeronáutica Civil, consultara um astrólogo que lhe declarara que não se via nada na sua vida decorridos 6 anos. Juntamente com Lord Thomson, secretário de Estado da Aeronáutica, Sir Sefton morreu no acidente.

Os investigadores averiguaram também que, quando Walter Radcliffe, um dos montadores que voaram no dirigível, saiu de casa na manhã de 4 de Outubro, o filho, criança ainda, começou a chorar, dizendo: «Já não tenho pai.»

Radcliffe regressou ainda a casa nesse dia, depois de verificar alguns dos suportes, mas voltou a sair para embarcar no dirigível... que o matou.

Quando um amigo do comandante do R 101, o tenente aviador Carmichael «Bird» Irwin, chegou a casa deste para comunicar à viúva a trágica ocorrência, a Sra Irwin adiantou-se-lhe: «Não precisa de se preocupar. Eu sei. Sabe, Bird é irlandês e eu sou escocesa. Ambos sabíamos que ele não voltaria.» Mais estranho ainda foi o facto de, no momento exacto em que o dirigível se despenhou, a telefonista de serviço na base de Cardington ter ouvido um clique na linha de telefone ligada ao gabinete de Irwin. O oficial de serviço que foi investigar o facto comprovou que o gabinete estava vazio.

Mais perturbante ainda, porém, foi o relato de uma sessão espírita realizada em Londres 3 dias depois da tragédia. A médium, a Sra Eillen Garrett, em transe, falou com voz de homem e mencionou o nome de Irwin.

A voz enumerou defeitos técnicos do dirigível, que não foram tornados públicos senão no dia seguinte, quando foram divulgados os resultados do inquérito oficial.

Diz-se que, 3 semanas depois, a Sra. Garrett recebeu mais mensagens de Irwin e de outras vítimas, entre as quais referiu o nome de Sir Sefton."

 

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Sábado, 30 de Junho de 2007

6.ª Sobrenatural ao Sábado - "Desaparecimento Enigmático"

"Paris, 1889, ano da Grande Exposição. As ruas transbordavam de homens de negócios, compradores e turistas. Na sua maior parte, os hotéis tinham as lotações esgotadas.

No mês de Maio, chegaram à capital uma inglesa e a filha, provenientes de Marselha, onde haviam desembarcado, vindas da Índia. Tinham reservado dois quartos individuais num dos mais famosos hotéis de Paris.

Assinaram os seus nomes no livro de registo e foram conduzidas aos seus quartos. A mãe ficou instalada no quarto 342, um aposento luxuoso, com pesados cortinados de veludo cor de ameixa, papel de parede coberto de rosas, um sofá de espaldar alto, mesa oval de pau-cetim e um relógio de bronze dourado.

Quase imediatamente, porém, esta senhora sentiu-se doente e ficou de cama. O médico do hotel, que foi chamado, examinou-a, fez algumas perguntas à filha e teve depois uma conversa breve e agitada com o gerente do hotel, a um canto do quarto. Embora não falasse francês, a jovem conseguiu compreender as instruções que o médico, lentamente, lhe forneceu. A sua mãe encontrava-se gravemente enferma e necessitava de um medicamento determinado que ele só tinha no seu consultório, no outro extremo de Paris. Como ele próprio não podia abandonar a doente, pedia-lhe que fosse na sua carruagem.

A jovem partiu, a uma velocidade exasperantemente vagarosa. Depois de uma espera angustiosa no consultório, e de uma viagem de regresso igualmente lenta, voltou com o remédio. Tinham decorrido 4 horas.

Saltando da carruagem, precipitou-se para a recepção do hotel. «Como está a minha mãe?», perguntou ao gerente. Este olhou-a sem expressão. «A quem se refere, mademoiselle ?», perguntou. Apanhada de surpresa, ela gaguejou uma explicação da sua demora. «Mas, mademoiselle , não sei nada da sua mãe. A mademoiselle chegou sozinha ao hotel.»

Perturbada, a jovem protestou: «Mas nós registámo-nos aqui há menos de 6 horas. Veja no livro de registos.» O gerente apresentou o livro e percorreu a página com o dedo. A meio da página encontrava-se a assinatura da jovem, mas, imediatamente acima, onde a mãe assinara, estava o nome de um estranho. «Ambas assinamos - insistiu desesperadamente a jovem - e a minha mãe recebeu o quarto 342, onde está neste momento. Por favor, leve-me imediatamente até junto dela.»

O gerente garantiu-lhe que o quarto estava ocupado por uma família francesa, mas subiu com ela. O quarto 342 continha apenas os objectos pessoais dos seus novos ocupantes. Não havia cortinados cor de ameixa, nem papel de parede com rosas, nem sofá de espaldar alto, nem relógio de bronze dourado.

De novo na recepção, a jovem encontrou o médico do hotel e procurou averiguar o que sucedera à mãe. Este negou tê-la alguma vez encontrado e jurou que nunca examinara a mãe.

A jovem expôs o sucedido ao embaixador britânico, que não a acreditou; tão-pouco nela acreditaram a polícia ou os jornais. Finalmente, regressou a Inglaterra, onde deu entrada num asilo.

Uma explicação para esta estranha história é a de que a mãe teria contraído a peste na Índia. O médico, tendo reconhecido os sintomas, conspirara com o gerente do hotel para esconderem a notícia, que teria certamente arruinado a Grande Exposição. Mas podia o quarto 342 ser decorado de novo em 4 horas? E que terá sucedido ao corpo da mãe? O mistério permanece."

 

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