A propósito da libertação de mais de uma centena de presos preventivos, e da celeuma que se gerou à volta, veio o ministro da Justiça, Sr. Alberto Costa, dizer que «um certo alarmismo que alguns parecem estar irresponsavelmente a gerar não tem nenhuma razão de ser». Ele não se sente alarmado. Se eu tivesse guarda-costas e fosse para todo o lado de motorista, como ele provavelmente vai, também não ficaria alarmada.
Parto do princípio que nem ele, nem nenhum dos seus familiares, tenha alguma vez sido violado ou assassinado por alguém que está preventivamente a aguardar recurso da sua sentença e que, por agora, vai tranquilamente para casa. Ou talvez até nem vá tão tranquilamente se houver o risco de ser sujeito a um linchamento colectivo...
Como os restantes instrumentos jurídicos (medidas de afastamento, termo de identidade e residência, apresentações periódicas) costumam ser extremamente eficazes em Portugal, não há qualquer motivo para ficarmos alarmados. Mas, pelo sim, pelo não, vou ver se arranjo uma arma atordoante!
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