"A tragédia do Titanic, o transatlântico que se afundou em 14 de Abril de 1912 depois de chocar com um iceberg em pleno Atlântico, causando a perda de mais de 1500 vidas, é bem conhecida de todos.
Encontrámos uma história espantosamente semelhante no romance Futility, escrito 14 anos antes por Morgan Robertson, a respeito de um navio de grande prestígio que dava pelo nome de Titan e que, tal como o Titanic, era considerado como impossível de afundar. Foi igualmente vítima de um iceberg, os dois navios tinham dimensões notavelmente semelhantes, exactamente a mesma capacidade em passageiros... e nenhum deles possuía um número suficiente de salva-vidas.
O modo extraordinário como a arte imita a vida nos romances é bem conhecido dos estudiosos do paranormal e este caso foi apenas uma das muitas profecias, precognições e presságios ligadas ao Titanic. Uma mulher que observava a fatídica largada do Titanic a partir da sua casa na Ilha de Wight foi repentinamente invadida pelo pânico. «Vai afundar-se! Aquele navio vai afundar-se!» guinchou, para o espantado marido. «Faz qualquer coisa. És tão cego que vais deixar que se afoguem? Salva-os! Salva-os!» Passaram-se quatro dias antes da cena que vira com os olhos da mente se tornar numa realidade no Atlântico Norte.
Ao mesmo tempo, o psíquico V. N. Turvey predizia, a um amigo, que o navio iria ao fundo e que a catástrofe era iminente. O passageiro Colin MacDonald cancelou o seu bilhete para a viagem inaugural do Titanic por estar convencido de que iria haver um desastre. O banqueiro J. Peripont Morgan foi um dos vários que desistiram da viagem por se sentirem supersticiosos no que se referia à viagem inaugural de um navio. Antes de cancelar a sua passagem, o homem de negócios J. Connon Middleton sonhou duas vezes com um navio a afundar-se com todos os seus passageiros e tripulação.
O jornalista W. T. Stead estava bordo do Titanic. Tinham-se passado vinte anos desde que escrevera uma história a respeito de um transatlântico abalroado e afundado por um iceberg. essa história fazia parte da sua contínua campanha destinada a levar os construtores a incluírem um número suficiente de salva-vidas nos seus transatlânticos cada vez maiores. Insistiu nesse tema numa palestra que deu em 1910, ilustrando apaixonadamente o seu ponto de vista ao descrever-se a si mesmo como vítima de um naufrágio em águas geladas, gritando por socorro antes de deslizar para o fundo. Sem o saber, Stead descrevera graficamente o seu próprio destino."
História do Sobrenatural
Karen Farrington
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