"A foto oficial do pessoal do serviço de transportes do HMS Daedalus, tirada no Verão de 1919, foi um assunto muito sério. Envergando os uniformes completos, os homens e mulheres da base de Cranwell, no Lincolnshire, permaneceram erectos e com expressões graves. Um deles, o mecânico de aviação Freddy Jackson, morrera apenas dias antes, naquela mesma pista onde agora posavam, depois de ter sido apanhado por uma hélice em funcionamento.
Contudo, quando a fotografia foi exposta numa parede da base, verificou-se um murmúrio colectivo. Na última fila, por trás do quarto homem a partir da esquerda, encontrava-se Jackson.
O incidente ficou registado num livro intitulado Flight Towards Reality, da autoria do Marechal-do-ar Sir Victor Goddard, um dos fundadores da RAF.
Sir Victor escreveu: «Lá estava ele, sem qualquer dúvida, embora a sua imagem fosse um pouco mais fraca do que as restantes. Na verdade, parecia lá não se encontrar inteiramente, ou seja, era como se não pertencesse ao grupo porque era o único sem chapéu e estava a sorrir. Todos os outros se mostravam muito sérios e usavam os bonés do uniforme».
«O que é algo invulgar, para não dizer outra coisa, era o facto de se tratar de uma fotografia oficial... o que nos garante que não houve brincadeira na câmara escura».
«O negativo foi investigado e concluiu-se que não fora manipulado». Uma das mulheres da base era Bobbie Capel, uma motorista da WREN (Woman's Royal Naval Service), que via Freddy Jackson regularmente quando conduzia de um lado para o outro entre o Daedalus e o serviço de manutenção de veículos.
A fotografia deixou-a tão perplexa que reviveu o mistério publicando-a em 1996, quando já tinha 97 anos.
A Sr.ª Capel afirmou: «Não admito a ideia de que se tratou de uma falsificação deliberada. Em primeiro lugar o fotografo veio de fora da base. Não conhecia nenhum de nós e foi-se embora logo que tirou a fotografia. Não podia ter sabido do acidente.»
«Também não compreendo como poderia aquele rosto ter aparecido por engano. Pensei no assunto durante anos e não consigo arranjar uma explicação... para além de se tratar da fotografia de um fantasma».
A Sr.ª Capel, que em 1917, com 18 anos, se juntou às WRENS como motorista, era uma das 20 mulheres estacionadas no HMS Daedalus. A base era responsável pelo treino de pilotos navais e servia de lar a cerca de 700 pessoas.
«Tenho 97 anos e a minha memória nem sempre é boa. No entanto lembro-me que no nosso grupo houve apenas esse acidente fatal durante os 18 meses que lá estive. Afectou-nos profundamente».
«Quando nos alinhámos para a fotografia, para comemorar a desmobilização do serviço de transportes, todos sabíamos que faltava ali um rosto familiar. Só mais tarde descobrimos que, na verdade, ele também lá se encontrava».
Os fantasmas são fotografados há cerca de 150 anos e o primeiro exemplo publicado surgiu em 1861 quando um joalheiro de Boston, William Mumler, tirou um retrato... e descobriu a imagem de uma pessoa morta ao lado da sua. Os rostos que apareciam nas fotografias começaram a ser conhecidos por «extras». O fotógrafo psíquico William Hope afirmou ter tirado mais de 2500 fotografias povoadas por «extras» ao longo de 20 anos.
Contudo, a credibilidade das fotografias de fantasmas tem sido seriamente abalada pelas inúmeras fraudes. No entanto, há um certo número delas que não podem ser explicadas por dupla exposição ou por manipulação dos negativos.
Entre os fantasmas alegadamente fixados em filme encontra-se a Dama de Castanho, de Raynham Hall, Norfolk. Trata-se de Dorothy Walpole, que usa um vestido de brocado castanho. Diz-se que não tem olhos. Noutro caso, em 1985, durante um jantar formal em St. Mary's Guildhall, Coventry, foi fotografada uma figura alta, semelhante a um monge, com um capuz a esconder-lhe o rosto, e foi fotografada uma outra a subir a escadaria Tulip na Queen's House, em Greenwich.
Estes são os acidentes fotográficos que acabam por causar sensação. No entanto, alguns psíquicos afirmam que são capazes de imprimir uma imagem num filme colocado no interior de uma câmara sem se servirem das lentes nem do obturador. A técnica foi descoberta no princípio dos anos de 1900, por Tomokichi Fukarai, presidente do Instituto Psíquico do Japão, que testou a clarividente Sr.ª Nagao colocando uma câmara dentro de um saco. Mais tarde, verificou-se que a placa do filme registara a actividade psíquica, o que levou Fukarai a inventar o termo «pensografia». Os crentes neste fenómeno pensam que talvez seja a «pensografia» - os pensamentos canalizados das pessoas a serem fotografadas - o que provoca as imagens vistas nalgumas fotografias de espíritos."
Foto da Dama de Castanho
História do Sobrenatural
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