A Universidade Independente, esse antro de cultura, onde o ensino é rigoroso e extremamente exigente, está à procura de alunos.
Não sei se será muito boa ideia. Afinal de contas, os que lá estão já devem estar arrependidos e os que não estão, só se inscrevem se forem mesmo muito burros porque, das duas uma: ou não têm nota para outras universidades, ou têm mas estão convencidos de que a UnI tem prestígio... Ah, esperem, uma terceira hipótese: têm uma cunha valente e sabem que quando saírem de lá, mesmo que o diploma seja feito de papel higiénico, vão ter um cargo político altamente remunerado!
Mais cómico ainda é a UnI apresentar-se como um local que proporciona experiências únicas, emoções fortes, radicais e arriscadas. Sou obrigada a concordar. De facto, a obtenção de documentos ilegais parece-me uma experiência de alto risco, eu diria mesmo um desporto radical, principalmente se for necessário arrombar a Secretaria num final de semana para roubar carimbos e selos brancos. Além disso, a ideia de entrar para uma universidade e pagar propinas sem nunca se saber quando a universidade vai fechar ou como se vão processar as transferências, também me parece uma fonte inesgotável de emoções fortes.
Em conclusão, acho que a única coisa verdadeiramente autêntica que se faz na UnI é mesmo a publicidade.
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