Na última campanha de Natal da PT, o Ricardo Araújo Pereira, a determinado momento, dizia "Natal é quando um homem quiser e hoje não me apetece". Não tendo pretensões de alcançar o nível humorístico do Ricardo (nem de nenhum dos outros Gatos Fedorentos) porque é muito bonito uma pessoa saber o seu lugar, hoje não pude deixar de pensar nesta pérola da quadra natalícia.
E pergunta o cidadão comum "Não achas que vens um bocado tarde para falar do Natal?". Ao que eu respondo com 3 argumentos:
1.º - Se o Natal é quando um homem quiser, e assumindo a teoria da igualdade de direitos entre homens e mulheres, eu posso sempre dizer que me apetece que hoje seja Natal.
2.º - Pela mesma ordem de ideias, tanto se pode dizer que eu cheguei tarde para falar do Natal, como também se pode dizer que cheguei cedo. De facto, a seguir a um Natal vem sempre outro. E a propósito, isto faz-me lembrar o filme Gremlins em que não se podia alimentar os bichos depois da meia-noite. Oportunamente, alguém podia ter perguntado de que dia e em que fuso horário. Seria interessante (embora repetitivo) ver o herói sequestrado pelo Mogwai que o obrigava a viajar por diferentes fusos horários de modo a poder ficar num estado de permanente enfardanço sem que nunca fosse "depois da meia-noite".
3.º e mais importante - Eu não vou falar do Natal!
De facto apetecia-me hoje falar das condições de empregabilidade do nosso país que, aliás, deviam passar a chamar-se condições de desempregabilidade. No entanto, e como o título indica, apetece-me mas não tenho tempo. Portanto, ficará para outro dia.
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